Perfil dos pacientes do Programa de Educação e Assistência em Asma

Resumo

Introdução: A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas, com elevada prevalência, estimando-se que haja aproximadamente 20 milhões de asmáticos no Brasil. Para enfrentar a doença e promover o melhor o seu controle, é fundamental conhecer o perfil dos pacientes acompanhados nas unidades de saúde para que as intervenções na área assistencial e de educação possam ser realizadas de forma adequada.

Objetivos: Analisar o perfil clínico e social dos pacientes atendidos no Programa de Educação e Assistência em Asma desenvolvido como ação de extensão universitária na Unidade Básica de Saúde do Hospital de Clínicas de Porto Alegre de 2008 a 2013 com vistas ao planejamento de futuras ações nessa área.

Metodologia ou descrição da experiência: Foi montado um banco de dados com informações constantes na ficha de primeira consulta adotada no Programa, identificando-se as variáveis sexo, idade, cor, grau de instrução, uso prévio de corticoide inalatório, principais manifestações clínicas e principais fatores desencadeantes. Foi elaborada uma planilha com as informações e feita uma análise descritiva das mesmas.

Resultados: Dos 185 pacientes com cadastrado completo no Programa, 60% são do sexo feminino e 67% são brancos. A média de idade foi de 32 anos. Quanto ao grau de instrução, observamos extremos onde 15% são não alfabetizados, 6% tem primeiro grau completo, e apenas 4% tem superior completo. 48% faziam uso prévio de corticoide inalatório, 50% nunca haviam utilizado a medicação e em 2% dos casos não foi informado. Em relação aos sintomas, 84% apresentavam dispneia, 72% chiado, 70% tosse e outros 42% dor no peito. Os fatores desencadeantes mais comumente relatados foram frio e umidade (64% dos pacientes), poeira domiciliar (60%), fumaça (55%), exercício (49%) e infecções (44%).

Conclusões ou hipóteses: Observando a análise podemos focar as ações de educação e saúde em asma visando a idade, o grau de instrução dos pacientes, os principais fatores desencadeantes e as principais queixas referidas. O principal desafio de programas desse tipo refere-se em adequar as intervenções educativas no sentindo da autonomia dos pacientes para mantê-los sem crises e com um bom controle da doença.