Perfil de adesão ao tratamento não-farmacológico em hipertensos no Brasil: revisão sistemática
Resumo
Introdução: O tratamento não farmacológico (TNF) para hipertensão arterial sistêmica (HAS) está indicado como prevenção primária das doenças cardiovasculares (DVC) de primeira escolha, pois pode reduzir em 24% a 26% a taxa de mortalidade por DCV. A prevalência da não adesão à TNF representa um indicador de problemas do processo de cuidado em saúde.
Objetivos: Definir o perfil dos pacientes hipertensos referente a adesão ao tratamento anti-hipertensivo não farmacológico no âmbito da Atenção Primária à Saúde no Brasil.
Metodologia ou descrição da experiência: Buscou-se artigos publicados até novembro de 2013 no Portal BVS, Embase, Science direct e Scielo usando os descritores: hipertensão, tratamento, não farmacológico, perfil, adesão, Brasil. Critérios de inclusão: estudos com pacientes hipertensos submetidos a TNF e com descrição do perfil dos hipertensos refratários ao TNF. Critérios de exclusão: artigos duplicados e com pacientes para os quais não foram prescritos TNF. Fez-se a seleção, extração de dados e avaliação da qualidade metodológica (uso do AMSTAR e Casp/Oxford) por pares independentes.
Resultados: Foram incluídos 21 artigos, todos de língua portuguesa, sendo 9 estudos transversais, 6 artigos de revisão, 3 estudos de coorte, 1 estudo caso-controle e 1 estudo qualitativo. Desses artigos, dois são de alta qualidade metodológica, 18 são de moderada qualidade e um de baixa qualidade. O perfil do paciente hipertenso refratário ao TNF apresenta fatores preditores como sexo masculino, idade avançada, baixa escolaridade, fatores psicossociais/emocionais e cronicidade da doença. A adesão ao TNF é baixa, sendo a dieta e o exercício físico as medidas com maior dificuldade para seguimento.
Conclusões ou hipóteses: Apesar da relevância do tema estudado, existem poucos estudos que abordam o perfil de adesão ao TNF em hipertensos e que pontuam quais as reais dificuldades envolvidas nesse processo. Portanto, novos estudos são necessários para orientar a prática médica na abordagem de hipertensos, considerando as limitações que impedem a adesão no controle da pressão arterial pelo TNF.
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