Meninos e meninas são tão diferentes? Comportamento de escolares de Porto Velho
Resumo
Introdução: A transição da infância à adolescência é povoada por novos sentimentos e responsabilidades, envolvendo família, escola e amigos. Os escolares de ambos os sexos possuem diferenças em seus comportamentos, determinadas por suas características demográficas, psicossociais, familiares e seu estilo de vida. Esses atos frente a diferentes situações cotidianas potencializam ou fragilizam sua saúde.
Objetivos: O presente trabalho teve por objetivo investigar as características familiares, psicossocias, estilo de vida e estado nutricional de escolares adolescentes do sexo masculino e feminino, da rede pública de ensino de Porto Velho – RO, em 2010.
Metodologia ou descrição da experiência: Os dados obtidos em uma pesquisa maior : “A saúde do escolar da rede pública de ensino na Região Norte do Brasil”, desenvolvido em Porto Velho – RO, Ji-Paraná – RO e Santarém – PA. Ao todo 843 escolares entraram no estudo, pois encaixavam-se na variável sexo. O estado nutricional, a imagem corporal, a classificação econômica, os níveis de atividade física e as características psicossociais, familiares e o estilo de vida foram as variáveis investigadas, todas avaliadas através de questionários auto-aplicáveis já validados. Na análise dos dados, utilizou-se o teste do qui-quadrado, T de Student e razão de prevalências. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA (nº 2009-251H).
Resultados: Os escolares tinham entre 12 e 19 anos (média = 14,34 anos; DP=+1,01 ano), sendo 477 escolares do sexo feminino (56,6%) e 582 escolares não brancos (73,7%). Os meninos são fisicamente mais ativos do que as meninas (71,7% vs 38,5%, p<0,001), apresentaram início mais precoce de vida sexual (39,0% vs 15,4%, p<0,001) e participaram mais de brigas nos últimos 30 dias (27,8% vs 18,1%, p: 0,001) e ações intimidatórias (37,4% vs 23,3%, p<0,001). As meninas são mais preocupadas com sua imagem corporal (13,5% vs 1,1%, p<0.001), referem mais sentimento de solidão (35,5% vs 20,2%, p<0,001), ideação suicida (21,7% vs 10,5%, p<0,001) e planejamento suicida (11,7% vs 6,9%, p: 0,020).
Conclusões ou hipóteses: As meninas têm mais conflitos emocionais, são mais preocupadas com sua imagem corporal e os meninos são fisicamente mais ativos e mais violentos. É possível a realização de ações de saúde que os auxiliem em seu desenvolvimento saudável, envolvendo os serviços de saúde e as escolas. Se cada pilar executar as ações, os escolares podem vir a incorporar hábitos mais saudáveis de vida.
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