Meninos e meninas são tão diferentes? Comportamento de escolares de Porto Velho

Camila Duarte de Almeida, Denise Rangel Ganzo de Castro Aerts, Gehysa Guimarães Alves, Sheila Gonçalves Câmara, Lilian dos Santos Palazzo

Resumo


Introdução: A transição da infância à adolescência é povoada por novos sentimentos e responsabilidades, envolvendo família, escola e amigos. Os escolares de ambos os sexos possuem diferenças em seus comportamentos, determinadas por suas características demográficas, psicossociais, familiares e seu estilo de vida. Esses atos frente a diferentes situações cotidianas potencializam ou fragilizam sua saúde.

Objetivos: O presente trabalho teve por objetivo investigar as características familiares, psicossocias, estilo de vida e estado nutricional de escolares adolescentes do sexo masculino e feminino, da rede pública de ensino de Porto Velho – RO, em 2010.

Metodologia ou descrição da experiência: Os dados obtidos em uma pesquisa maior : “A saúde do escolar da rede pública de ensino na Região Norte do Brasil”, desenvolvido em Porto Velho – RO, Ji-Paraná – RO e Santarém – PA. Ao todo 843 escolares entraram no estudo, pois encaixavam-se na variável sexo. O estado nutricional, a imagem corporal, a classificação econômica, os níveis de atividade física e as características psicossociais, familiares e o estilo de vida foram as variáveis investigadas, todas avaliadas através de questionários auto-aplicáveis já validados. Na análise dos dados, utilizou-se o teste do qui-quadrado, T de Student e razão de prevalências. Estudo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da ULBRA (nº 2009-251H).

Resultados: Os escolares tinham entre 12 e 19 anos (média = 14,34 anos; DP=+1,01 ano), sendo 477 escolares do sexo feminino (56,6%) e 582 escolares não brancos (73,7%). Os meninos são fisicamente mais ativos do que as meninas (71,7% vs 38,5%, p<0,001), apresentaram início mais precoce de vida sexual (39,0% vs 15,4%, p<0,001) e participaram mais de brigas nos últimos 30 dias (27,8% vs 18,1%, p: 0,001) e ações intimidatórias (37,4% vs 23,3%, p<0,001). As meninas são mais preocupadas com sua imagem corporal (13,5% vs 1,1%, p<0.001), referem mais sentimento de solidão (35,5% vs 20,2%, p<0,001), ideação suicida (21,7% vs 10,5%, p<0,001) e planejamento suicida (11,7% vs 6,9%, p: 0,020).

Conclusões ou hipóteses: As meninas têm mais conflitos emocionais, são mais preocupadas com sua imagem corporal e os meninos são fisicamente mais ativos e mais violentos. É possível a realização de ações de saúde que os auxiliem em seu desenvolvimento saudável, envolvendo os serviços de saúde e as escolas. Se cada pilar executar as ações, os escolares podem vir a incorporar hábitos mais saudáveis de vida.

 


Palavras-chave


Escolares; Diferenças; Sexos

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