Construção de projeto terapêutico singular (PTS) em região de alta vulnerabilidade social

Thais Santa Rosa Santos, Martha Maria Vieira de Salles Abreu Artilheiro, Juliana Rosa Molina de Oliveira, Angela Maria Coelho, Jéssica Carvalho Lima

Resumo


Introdução: As comunidades que circundam a periferia de grandes centros apresentam alta vulnerabilidade social, apesar de terem acesso a serviços públicos e estarem em processo de pacificação. Devido à presença das equipes multiprofissionais e da ESF, implantam-se serviços que oportunizam a discussão dos casos e ampliam a atuação, intensificando a construção de PTS e a busca de parcerias com demais entidades.

Objetivos: Identificar situações de vulnerabilidade social a partir de demandas observadas e percebidas pela comunidade. Construir PTS em conjunto com diversas entidades públicas e organizações não governamentais (ONG), através da percepção dos sujeitos.

Metodologia ou descrição da experiência: Devido às situações de violência e abandono identificadas, as equipes multiprofissionais e da ESF se depararam com situações onde apenas a intervenção das equipes de saúde é insuficiente para garantir a efetivação do conceito ampliado de saúde. A partir deste diagnóstico identificou-se a necessidade de parcerias com entidades públicas como CREAS, CRAS, Conselho Tutelar, Ministério Público, CAPS, Escolas e ONG que trabalham em prol das comunidades. A construção de PTS vem consolidar estas parcerias, pois devem ser compartilhadas através da participação dos sujeitos e da identificação das necessidades percebidas, e principalmente sentidas e reconhecidas pelos diversos atores envolvidos.

Resultados: Ao deparar-nos com 05 crianças, entre 1 a 14 anos, em abandono de alimentos, sem registro de nascimento, atendimento médico, vacinas e fora da escola, filhos de uma mulher em situação de rua, gestante e com transtorno mental, que eram cuidados pela avó e que faleceu em abrigo de idosos após adoecer, devido a abandono dos outros quatro filhos, identificou-se a impotência da equipe de saúde em lidar com tão complexa situação social e a importância do diálogo entre os diversos atores, em especial os que fazem parte da rede de serviços do território adscrito. Assim, buscou-se identificar os equipamentos existentes no território visando encaminhar e construir um cuidado em conjunto.

Conclusões ou hipóteses: Ampliar acesso aos serviços de saúde com o compromisso com o bem estar, porém respeitando as singularidades e construindo o cuidado compartilhado, parece ser o caminho para uma visão ampliada de saúde. A presença de agentes comunitários com um olhar diferenciado e que permitem troca de saberes potencializam a atenção. Além disso, a presença de consultórios na rua permite a ampliação do cuidado.


Palavras-chave


Projeto Terapêutico Singular; Estratégia Saúde da Família; Abordagem Multiprofissional

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