Implantação de um esquema visual para aplicação de insulina na Atenção Primária

Resumo

Introdução: A terapia com insulina visa mimetizar o perfil fisiológico da secreção pancreática. Desta forma, muitos pacientes utilizam em uma mesma aplicação a insulina regular associada à NPH. Para que o controle glicêmico seja eficaz, é necessário que o usuário aprenda sobre a utilização da insulina, o que requer tempo, prática e educação permanente para o desenvolvimento de confiança e habilidade técnica.

Objetivos: Descrever a experiência de uma Estratégia Saúde da Família (ESF), em um município do meio-oeste catarinense, na orientação de pacientes quanto à utilização de insulina, no que se refere à sua aspiração, especialmente quando são manuseados dois tipos de insulina para uma aplicação.

Metodologia ou descrição da experiência: Trata-se de um relato de experiência, realizado em uma ESF, cuja população é de 4095 habitantes e a cobertura pela Atenção Básica abrange 100%. Através de uma representação visual, onde são identificadas duas réguas que são idênticas às da seringa de insulina, é demonstrado para o paciente com canetas marca-texto, os níveis de insulina regular e NPH a serem aspirados na mesma seringa, bem como as variações das doses administradas antes do café e antes do jantar. Ainda, além da representação visual, são preenchidos os valores adequados de cada insulina a ser utilizada, e a quantidade de insulina por kilograma de peso, de modo a facilitar futuras alterações.

Resultados: Observou-se que o esquema visual auxilia o paciente através da demonstração da quantidade de insulina a ser administrada. Acredita-se que tal objetivo seja alcançado em decorrência da sensação de segurança transmitida ao ter um “espelho” daquilo que deve ser feito no seu cotidiano. Mesmo os pacientes que utilizam insulina há vários anos solicitam o esquema, além da receita médica. Ainda, de acordo com o NTL Institute (National Training Laboratories Institute), a fixação de um determinado conhecimento aumenta com a utilização de recursos visuais (20%), demonstrações práticas (30%) e discussões (50%). Tal afirmativa justifica a criação deste esquema visual.

Conclusões ou hipóteses: Este relato reforça a implantação e elaboração de estratégias de educação em saúde que considerem as limitações de cada usuário, a fim de estimulá-los a realizarem a auto-aplicação da insulina de forma segura, minimizando a ocorrência de erros.