A percepção dos médicos sobre um programa de educação permanente

Resumo

Introdução: A estratégia de Saúde da Família (SF), política prioritária para a expansão da Atenção Primária à Saúde (APS) e reorientação do modelo de atenção, exige a qualificação permanente de seus profissionais. Nesta perspectiva, um estado da região sudeste, implementou o Programa de Educação Permanente - PEP para médicos de SF visando o aumento da resolutividade da APS.

Objetivos: Este estudo visou analisar a percepção dos médicos quanto a um Programa de Educação Permanente ofertado em um estado da região sudeste no que se refere às ações educacionais desenvolvidas e no que tange às dificuldades relacionadas ao cotidiano laboral.

Metodologia ou Descrição da Experiência: É um estudo quantitativo, com envio de questionários on-line ao universo de médicos que iniciaram sua atuação no programa até agosto de 2011 (N = 2012). O instrumento de coleta foi hospedado na página da instituição responsável pela pesquisa e o link de acesso individual foi enviado ao endereço eletrônico dos sujeitos da pesquisa. O prazo de resposta foi de 4 meses. As informações obtidas nas questões com respostas estruturadas foram analisadas utilizando-se o Pacote Estatístico SPSS 19.0, com uma descrição dos dados e distribuição de frequências.

Resultados: A taxa de resposta aos questionários foi de 25,7% (518). Observou-se alta rotatividade dos médicos, 62,2% se desligaram do programa com menos de 1 ano. Não há dificuldade para 58% dos médicos em frequentarem os Grupos de Aperfeiçoamento Profissional. Acima de 90% relataram que os temas de maior destaque nas discussões são abordagem clínica individual, protocolos assistenciais e diretrizes terapêuticas medicamentosas. Apenas 32% (166) apontaram o desenvolvimento da habilidade em comunicação e educação em saúde, na perspectiva da abordagem coletiva. A maioria dos participantes (90,7%, n = 470) enfatiza a pertinência dos temas às suas principais dificuldades no processo de trabalho.

Conclusão ou Hipóteses: A melhor articulação do PEP com a Saúde da Família se constitui a partir da consolidação de alguns conteúdos teórico-práticos, oriundos de disciplinas básicas do campo da Saúde Coletiva, como epidemiologia, planejamento/administração em saúde e as ciências sociais em saúde, o que facilitaria ainda a organização da Atenção Primária em Saúde nos parâmetros das Redes de Atenção.