Potenciais interações medicamentosas entre idosos cadastrados na ESF de Timóteo, MG
Resumo
Introdução: Devido à maior prevalência de morbidades coexistentes entre os idosos, o consumo de múltiplos medicamentos torna-os mais susceptíveis a potenciais interações medicamentosas, definidas como situações em que os efeitos de um fármaco são modificados pela presença de outro, exigindo pesquisas que possam fornecer subsídios para o planejamento de medidas capazes de evitar a ocorrência desse fenômeno.
Objetivos: Determinar a prevalência de potenciais interações medicamentosas entre idosos cadastrados na ESF do município de Timóteo, MG, além de identificar as classes terapêuticas e os medicamentos mais envolvidos nesse fenômeno, em seus diferentes graus de gravidade.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo de nível epidemiológico, seccional, utilizando-se amostra aleatória simples estratificada, representativa dos idosos cadastrados em todas as 15 equipes da ESF. Foram realizadas 273 entrevistas domiciliares, em indivíduos com mais de 60 anos de idade, por meio de formulário, após o consentimento dos sujeitos de pesquisa, entre os meses de abril e junho de 2012. As interações foram classificadas em potencialmente graves (maiores), moderadas e leves (menores) de acordo com o software Micromedex®. O protocolo de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (UnilesteMG), sob o número 46.267.11.
Resultados: A prevalência global de PIM foi de 55,6%. Do total de 466 PIM encontradas, 5,6% eram leves, 81,6% moderadas e 12,8% de maior gravidade. Os medicamentos mais frequentemente envolvidos nas interações graves e as respectivas frequências com que ocorreram foram: ANLODIPINO + SINVASTATINA (14): aumento do risco de efeitos adversos da sinvastatina, DIGOXINA + HIDROCLOROTIAZIDA (4): aumento do risco de intoxicação digitálica por hipopotassemia, ENALAPRIL + LOSARTAN (3): aumento do risco de hiperpotassemia, hipotensão e disfunção renal. As classes terapêuticas mais frequentemente envolvidas foram: anti-inflamatórios, psicofármacos e, principalmente, fármacos utilizados em doenças cardiovasculares.
Conclusão ou Hipóteses: A prevalência de PIM foi compatível com a descrita na literatura nacional (64,4%). O percentual de interações potencialmente graves + moderadas foi superior ao relatado na literatura (94,4% versus 70,4%). Maior número de interações envolvendo fármacos cardiovasculares foi coerente com os achados de outros autores, requerendo monitorização laboratorial e acompanhamento clínico distinto.
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