CAPS - Crateús e o matriciamento da saúde mental na Atenção Básica
Resumo
Introdução: A proposta do matriciamento, desenvolvida pelo MS, visa estruturar em nosso País um tipo de cuidado colaborativo entre a saúde mental e a AB. É uma estratégia que objetiva a construção de uma rede ampla de cuidados em saúde mental, estabelecendo um elo com a ESF, favorecendo a co-responsabilidade entre as equipes, constituindo, assim, uma importante ferramenta de reorganização da atenção à saúde.
Objetivos: O objetivo é conhecer e interagir com a ESF, oferecendo suporte às equipes, com o intuito de ampliar seu campo de atuação e oferecer melhor qualidade no atendimento às pessoas portadoras de transtornos mentais, procurando romper o estigma de que trabalhar saúde mental é ação restrita do CAPS.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Realizou-se matriciamento nas 19 equipes de SF do município de Crateús, de junho a dezembro de 2012, semanalmente. Os encontros eram organizados no formato de uma roda de conversa, embaladas por dinâmica grupal e música, criando um ambiente descontraído e propício a troca de saberes. Discutia-se o conceito de normalidade, a história da loucura, a reforma psiquiátrica, preconceitos, crenças, influência da religião, participação da família, dificuldades e desafios da equipe na promoção de saúde e no tratamento do portador de transtorno psiquiátrico, bem como, os critérios de encaminhamento ao CAPS. Em seguida, promovia-se a discussão de casos que necessitavam de avaliação especializada.
Resultados: Observamos que nesta etapa inicial do processo, ocorreu o entrosamento e a interação dos participantes, tendo o reconhecimento da maioria das equipes de que o matriciamento está contribuindo para ampliar o atendimento em saúde mental, assim como, criar outras estratégias possíveis para a articulação e a interligação entre os serviços.
Conclusão ou Hipóteses: Concluímos que a integração entre saúde mental e AB é um processo lento, porém, apresenta-se como imprescindível e inadiável, pois aponta caminhos e possibilidades de oferecer à pessoa portadora de distúrbio mental, uma atenção integral e territorializada. Uma responsabilização compartilhada facilita o direcionamento dos fluxos de rede, permitindo fazer saúde de uma forma ampliada e integrada.
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