Intervenções psicossociais para transtornos mentais comuns na Atenção Primária à Saúde
Resumo
Introdução: Transtornos Mentais Comuns (TMC), especialmente ansiedade e depressão, são altamente prevalentes (56%) na Atenção Primária (APS). Na Estratégia Saúde da Família (ESF) essas condições são pouco tratadas, resultando em sobrecarga para pacientes, famílias e comunidades, além de prejuízos sociais e econômicos. Tal situação pode ser atenuada integrando-se cuidados de saúde mental à Atenção Básica.
Objetivos: Identificar e analisar as intervenções psicossociais voltadas para o cuidado do sofrimento psíquico e dos TMC atualmente empregadas na APS, no Brasil e no exterior.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Revisão bibliográfica da literatura nacional e internacional através das bases de dados MEDLINE/PubMed e LILACS/BVS. A busca foi feita utilizando combinações dos seguintes termos de busca (MeSH): Atenção Primária à Saúde + abordagem ou intervenção ou terapia ou tratamento + transtornos mentais comuns ou ansiedade ou depressão ou estresse ou sofrimento psíquico. Foram incluídos apenas artigos de alta relevância.
Resultados: As intervenções foram reunidas assim: 1º) formato tradicional em que o profissional conduz o tratamento presencialmente; 2º) arranjos diferenciados em que o contato com o profissional é reduzido e seu papel é facilitador (ex.: intervenções com o uso de mão de obra leiga, suporte ao autocuidado, e tratamentos informatizados ou via internet). Na APS internacional, as intervenções são breves e estruturadas, e incluem manual de aplicação. Teoricamente, Terapia Interpessoal, Terapia Cognitivo-comportamental e Terapia de Solução de Problemas embasaram as intervenções. NA ESF, destacam-se as intervenções grupais e a Terapia Comunitária, modelo especialmente desenvolvido por brasileiros.
Conclusão ou Hipóteses: TMC ganham visibilidade à medida que a APS se consolida no território. No exterior, a integração da saúde mental na APS está em consolidação e há crescente padronização das intervenções, enquanto no Brasil é recente e não há padrão de atuação. Considerando que não há saúde sem saúde mental, a alta prevalência dos TMC e o potencial de cuidado do setor da APS, recomenda-se continuar as pesquisas.
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