Intervenções das consultas realizadas numa equipe de saúde da família pela CIAP

Resumo

Introdução: A Classificação Internacional de Atenção Primaria (CIAP) surgiu com a proposta de criar uma linguagem comum aos problemas encontrados na prática da atenção primária. Conhecer as intervenções é a fase final do processo de diagnóstico e terapêutico, e faz parte do acompanhamento para entender a demanda de uma comunidade.

Objetivos: Conhecer a natureza das intervenções dos atendimentos realizados por uma equipe com o Programa de Residência em Medicina de Família e Comunidade do município de Fortaleza.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Os dados foram coletados a partir dos registros dos atendimentos efetuados pela residente e preceptores no primeiro semestre do ano de 2012 na equipe de Saúde da Família 31 de março, localizada na regional II de Fortaleza. Foram incluídas as consultas realizadas nas demandas espontânea e programada. A autora coletou no máximo duas intervenções por problema, priorizando a emissão de receitas, pedido de exames laboratoriais e outros exames diagnósticos e em terceiro lugar as outras intervenções. Os dados foram organizados por encontro, inseridos em um banco de dados secundário, classificados com a CIAP-2 e foi realizada uma análise descritiva simples no Excel.

Resultados: No período do estudo foram consultadas 677 pessoas resultando em 1042 encontros diferentes. Em apenas 21,8% deles não houve prescrição de nenhuma medicação. O número total de intervenções foi 2.273, sendo 47% prescrição de medicações. Os capítulos com maior número foram o respiratório, digestivo e circulatório. 14% das intervenções consistiram em educação em saúde, aconselhamento ou dieta, 8% pedido de exames de sangue e 6% exames radiológicos. A taxa de encaminhamento para outros médicos foi baixa, 4,31%. Em aproximadamente 3% dos encontros ocorreu referência para outro prestador não médico.

Conclusão ou Hipóteses: A maioria das consultas obteve como resultado final a prescrição de medicações, demonstrando a necessidade de finalizar os encontros com ações medicalizadoras. Isso pode ter uma relação com as demandas dos pacientes. O número de encaminhamento foi reduzido, o que pode demonstrar alta resolutividade dos atendimentos médicos. Houve poucas referências a outros profissionais de saúde não médicos.