Ambulatório do adolescente: ampliando o acesso

Resumo

Introdução: Os adolescentes brasileiros estão mais expostos à pobreza e à violência. Cerca de 7, 9 milhões de jovens, entre 12 e 17 anos, vivem em famílias com renda inferior a meio salário mínimo per capita por mês, 38% dos brasileiros nesta faixa etária. A situação é mais alarmante para os outros 3,7 milhões de adolescentes vindos de famílias que ganham até um quarto de salário mínimo per capita mensal.

Objetivos: Analisar o perfil de adolescentes atendidos integralmente no ambulatório do adolescente realizado semanalmente, resultado de parceria entre equipe de saúde da família, núcleo de apoio à saúde da família (NASF) e equipe do núcleo de promoção da saúde do CUCA Barra do Ceará.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo quantitativo transversal. O banco de dados teve como fonte os prontuários e foi criado em programa Excel 2009. Foram analisados 100% dos prontuários referentes aos primeiros atendimentos de julho de 2011 a novembro de 2012.

Resultados: Foram atendidos 930 adolescentes, 58% do sexo feminino e 42% masculino. A média de idade foi 14 anos em ambos os sexos. O calendário vacinal estava em dia em 90%. Os problemas mais prevalentes foram dor abdominal (27%), cefaléia (20%), acne (17%), dismenorréia (17%). 85% apresentavam auto-estima e percepção do próprio corpo adequadas. 10% se consideravam obesos, sendo que 7% destes apresentavam índice de massa corporal adequado para idade. 68% possuem planos para o futuro, 12% nunca pensaram no assunto. 8% foram encaminhados para outras especialidades médicas, sendo oftalmologia e ortopedia as mais necessitadas.

Conclusão ou Hipóteses: O ambulatório ampliou o acesso, sendo a porta de entrada para o sistema de saúde. A equipe obteve elevada resolutividade de problemas prevalentes e vem procurando abordar problemas como maior risco de morte violenta, privação da convivência familiar e comunitária; e outras situações que podem influenciar negativamente o futuro como gravidez precoce, exploração sexual, abuso de droga, etc.