Autopercepção vocal e distúrbios vocais: um estudo com docentes de nutrição/UFPA

Resumo

Introdução: O grau de responsabilidade do docente, como transmissor de conhecimento e formador de opinião, reflete na maior demanda da voz, seu principal instrumento de trabalho. A disfonia é comum entre professores e prejudica o trabalho da categoria. Nota-se, com isso, a relevância da autopercepção do docente para o cuidado com a própria voz e prevenção de condições severas do aparelho fonador.

Objetivos: O objetivo deste estudo foi avaliar os docentes da Faculdade de Nutrição do ICS/UFPA quanto à percepção da própria voz e a maneira como problemas vocais interferem na realização de sua atividade laboral.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O estudo foi individual, observacional, transversal e descritivo, envolvendo 17 do total de 25 docentes que responderam questionário auto-aplicável referente a aspectos pessoais e ocupacionais, além de um conjunto de 14 perguntas relacionadas à condição vocal do docente. As respostas foram interpretadas de acordo com o protocolo de Qualidade de Vida e Voz (QVV) de Behlau et al. (2001) que atribui o valor 100 à melhor condição vocal e 0 à disfonia completa.

Resultados: Dos entrevistados 82,4% são do gênero feminino, sendo a faixa etária de 30 a 40 anos de idade (35,3%), e o regime de dedicação exclusiva (82%) predominantes entre os professores. Em relação ao comprometimento vocal, o score médio da população estudada foi igual a 92,5, o score do domínio sócio-emocional, 94, enquanto o de fatores físicos foi de 91,5. Cerca de 93% das docentes realizam alguma medida de proteção contra agravos vocais.

Conclusão ou Hipóteses: Não foram observados problemas agravantes na voz na amostra estudada, porém a maioria faz uso de algum fator de proteção mesmo que de forma inconsciente.