Cartografia social como método em pesquisa na Estratégia Saúde da Família

Resumo

Introdução: A crítica de modelos ao desenvolvimento econômicos excludentes e inequanimes, que não correspondem aos desafios estruturais das sociedades estimularam nas últimas décadas, fortes mudanças teóricas e metodológicas nas ciências sociais. Entre estas mudanças, salienta-se a inclusão do espaço e do território na análise social.

Objetivos: Compreender a relação de poder entre gangues urbanas e sua relação com o acesso á saúde em território na periferia de Fortaleza (CE).

Metodologia ou Descrição da Experiência: Tem como referenciais teórico-metodológico as pesquisas sociais, particularmente a cartografia da ação social e a etnografia. A etnografia vem sendo ferramenta fundamental para imersão na comunidade onde a questão como vocês vivenciam a violência e a relação entre esta e o acesso à saúde será pesquisada. A cartografia da ação social será o método coadjuvante para apreensão da realidade.

Resultados: Após longo período de imersão na realidade e busca de compreensão da dinâmica do território, desenhou-se o mapa de dominação de três gangues urbanas rivais: Ratos do Morro, Diabos do Polo, Gueto. A unidade básica de saúde (UBS) se localiza em território sob domínio do Gueto, logo, com acesso restrito aos demais usuários. A UBS se localiza há 4 km do território sendo necessidade a busca de locais dentro dessa para a realização de ambulatório do idoso, puericultura, adolescentes, hipertensos e diabéticos, etc. Tais atividades tiveram que ser implementadas separadamente no “Morro” e no “Polo” para garantia do acesso.

Conclusão ou Hipóteses: Compreender a dinâmica do território, pois, as sociedades humanas existem num determinado espaço cuja formação social e configurações culturais são específicas foi fundamental para garantia do acesso as equipes de Saúde da Família. A garantia ao acesso à Saúde em seu conceito ampliado necessita ainda de uma cultura da paz e políticas públicas abrangentes.