A prática de maus-tratos e as suas consequências no desenvolvimento de crianças
Resumo
Introdução: A criança e o adolescente formam o grupo mais vulnerável à violência, apesar de estatutos como o Estatuto da Criança e do Adolescente protegerem os seus direitos. A partir de uma atividade de desenho em que foi possível evidenciar as crianças vítimas de violência em uma creche de Fortaleza-CE, o estudo foi desenvolvido, buscando avaliar e esclarecer os pais sobre a violência como forma educativa.
Objetivos: Intervir na prática de violência doméstica infantil, como forma de educação, em crianças de 3 a 6 anos de uma creche cearense, por meio da aplicação de questionários que avaliaram pais e crianças, além de palestras e exposição de vídeo sobre o assunto.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo qualitativo, transversal, realizado em uma creche no período de junho a novembro de 2012. Com uma amostra de 30 crianças entre 3 a 6 anos de idade. A partir da atividade de desenho com estas crianças, o combate à violência infantil ocorreu através de palestra sobre o assunto ministrada pela professora especialista; um questionário avaliando o conhecimento dos pais sobre violência infantil e suas consequências¹; questionário, às professoras, buscando avaliar mudanças comportamentais das crianças; exposição aos pais de um vídeo mostrando uma cena típica de maus-tratos e, por fim, outro questionário aplicado a estes, buscando analisar a importância do combate à violência infantil.
Resultados: No questionário aplicado aos pais, questões sobre punições corporais por professores, uso de palmadas, relacionamento prejudicado entre pais e filhos, xingamentos, tiveram, para a maioria, respostas a favor da não violência. O diálogo foi exaltado. A presença de violência no lar foi negativa para a maior parte, porém a premissa “ter medo é ter respeito” ainda é verdadeira. Para as crianças avaliadas, no segundo questionário, o pré-escolar, maioria, não apresentou alterações comportamentais, ao contrário do observado na alfabetização. No segundo questionário aplicado aos pais, a maioria concorda que agressores devam receber punições e que atividades de combate a violência devem ser feitas.
Conclusão ou Hipóteses: A partir da análise das respostas dos pais e das crianças avaliadas neste estudo, verifica-se que a maioria não está de acordo com a violência como forma educativa e disciplinar, porém alguns foram a favor, mesmo depois das intervenções. Portanto, é necessário que mais projetos de combate a violência sejam realizados e que estas atividades ocorram por um período maior de tempo e de frequência.
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