Cuidados paliativos e a morte domiciliar na Estratégia Saúde da Família

Resumo

Introdução: A assistência domiciliar integra o trabalho dos profissionais da Estratégia Saúde da Família e hoje no Brasil tem demanda crescente, visto que o país vive uma transição demográfica com envelhecimento populacional associado ao predomínio de doenças crônicas, dessa forma aumenta a necessidade de cuidados paliativos na rotina das equipes de saúde.

Objetivos: Relatar a experiência de uma Equipe de Saúde da Família na assistência e acompanhamento de pacientes terminais em domicílio.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A Equipe de Saúde da Família da Unidade de Saúde Moradias Trevisan, de São José dos Pinhais/PR atua na área adstrita há 5 anos, período em que assistiu quatro pacientes terminais, inicialmente na Unidade e posteriormente no domicílio. Desses, três com câncer de próstata, esôfago e pele respectivamente, e um com doença neurodegenerativa. A demanda maior dos pacientes e familiares foi por apoio emocional, orientações sobre a evolução da doença e alívio dos sintomas durante o tratamento. Estas experiências despertaram na equipe sentimentos de compaixão, de impotência frente a morte, levou a busca por novos conhecimentos e ofereceu a oportunidade de crescimento profissional, pessoal e emocional.

Resultados: Pacientes e familiares expressaram sensação de segurança, gratidão e alívio por contar com atendimento domiciliar humanizado e de qualidade técnica. As solicitações dos pacientes nos últimos dias de vida foram atendidas, o que gerou tranquilidade para os familiares no momento da morte e no período do luto. Todos os pacientes expressaram o desejo de falecer no domicílio, mas em dois casos os familiares não se sentiram seguros nos momentos finais e o óbito foi hospitalar. Um atestado de óbito foi preenchido pela médica da equipe e os outros por médicos do hospital de referência. Todos permitiram divulgar essas experiências no meio científico.

Conclusão ou Hipóteses: Cuidados paliativos em Atenção Primária podem ser ofertados e demandam recursos humanos capacitados, atendimento humanizado centrado na pessoa, um hospital de referência para oportunizar este nível de atenção se necessário e acima de tudo uma relação médico-paciente-família sólida e baseada na confiança mútuas. Tudo isso para garantir qualidade de vida e de morte aos pacientes terminais.