Educação em saúde como alternativa para desenvolvimento de habilidades na relação médico-paciente
Resumo
Introdução: Competências de comunicação interpessoal são aspectos básicos que devem ser desenvolvidos para uma boa prática clínica, sobretudo, aquelas onde aspectos relacionais são mais intensificados, como a Medicina de Família e Comunidade. Desse modo, práticas de educação em saúde podem auxiliar no desenvolvimento de habilidades e valores que favoreçam o estímulo a uma melhor relação médico-paciente.
Objetivos: Relatar a experiência da construção e efetivação de uma atividade de educação em saúde feita por graduandos em medicina do terceiro período da Universidade Federal da Bahia e suas possíveis implicações a respeito de humanização e desenvolvimento de habilidades na relação médico-paciente.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A atividade de educação em saúde foi construída por graduandos pela FMB-UFBA através da disciplina Medicina Social, junto aos alunos do ensino médio do Colégio Estadual Odorico Tavares, onde foram realizadas escolhas diretas a respeito dos temas que mais interessavam ao corpo estudantil. Os assuntos eleitos foram câncer, doenças infecciosas e uso de anabolizantes. A partir disso, oficinas foram construídas visando o modelo de educação em saúde tradicional e o da educação em saúde dialógica. Os alunos foram divididos em grupos que participaram de ambas as atividades. As oficinas de modelo tradicional foram ministradas como palestras, as de modelo dialógico, no formato de rodas de conversa.
Resultados: Ocorreram oportunidades para o desenvolvimento de estratégias de interlocução dos sujeitos e promoção de empatia, que são essenciais no curso médico, não somente na MFC e APS, mas na prática clínica como um todo. A comunicação torna-se, em especial, uma das principais habilidades desenvolvidas, pelo fato do discente estar dialogando e vivenciando um espaço de saberes diversificados, o que corrobora para uma relação médico-paciente horizontal e mais humana, através de práticas educativas envolvendo promoção, prevenção, tratamento e reabilitação de doenças, compreendendo o indivíduo como componente de um contexto individual e coletivo, atenuando entraves na relação ensino-serviço-comunidade.
Conclusão ou Hipóteses: O treino contínuo destas habilidades deve ser enfatizado ao longo do curso médico, pois amplia o envolvimento do discente a respeito de ações integrais em saúde, enfatizando a importância da prevenção primária, difundindo informações a respeito dos processos saúde-doença, desenvolvendo a capacidade individual de expressão de acordo com o público e motivando o futuro médico a comunicar-se bem.
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