Educação em saúde com apenados de um presídio do sul do Brasil

Maribel Josimara Bresciani, Ana Júlia Reis, Maria Angélica Puntel, Bettina Rodrigues, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


Introdução: Uma visão de conjunto da educação nas prisões permite identificar várias problemáticas na realidade muito complexa e diversificada da vida carcerária, sendo necessário levar em consideração as diversas dimensões das práticas educativas que estão ou deveriam estar sendo desenvolvidas, com a organização de serviços e a atenção à populações de risco, evitando a repetição do círculo infeccioso.

Objetivos: Relatar as vivências de educação em Saúde realizadas com detentos de uma casa prisional de médio porte no interior do Rio Grande do Sul.

Metodologia ou Descrição da Experiência: De abril a dezembro de 2012, acadêmicos da Universidade de Santa Cruz do Sul realizaram oficinas de educação em saúde com os detentos do Presídio Regional, os quais receberam informações sobre patologias de grande incidência neste meio. Os apenados foram convidados, com uma semana de antecedência, para participarem das atividades na sala de aula do presídio. Os temas abordados nas oficinas foram propostos pelos acadêmicos e apenados, sendo estes: Tuberculose (TB), HIV, Sifílis, Hepatites B e C, Hipertensão e Depressão. Após a realização da oficina sobre hipertensão, foi realizada a verificação da pressão arterial e dosagem de glicemia capilar.

Resultados: Foram realizadas 4 oficinas, sendo 3 delas somente com as mulheres. Um total de 55 apenados participaram das oficinas, sendo 12 (21,8%) do sexo masculino. Na oficina sobre hipertensão foram realizadas 15 verificações de pressão arterial, sendo que 5 (33,3%) mulheres estavam com a pressão acima dos limites recomendados. Nas oficinas sobre TB e Hepatites, 13 e 15 detentas participaram, respectivamente. Em cada uma destas oficinas, 1 detenta relatou já ter tido a doença em questão. O tempo médio de duração das oficinas foi de 60 minutos.

Conclusão ou Hipóteses: Com a realização das oficinas nota-se que a população privada de liberdade está aberta a discussões, tem boa participação nas atividades, fazendo questionamentos, expondo experiências e mostrando seu interesse pelos assuntos abordados. Podemos observar a necessidade de trabalhos como este para que a informação chegue a esta população, colaborando para a prevenção de doenças nesse meio.

 


Palavras-chave


Educação; Saúde; Presídio.

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