Método clínico centrado na pessoa: um relato de experiência
Resumo
Introdução: O método clínico centrado na pessoa pode suprir limitações do modelo biomédico, essencialmente as necessidades psicossociais. A inclusão desta abordagem propicia a exploração da doença e do adoecimento, a criação de vínculo entre o profissional de saúde e o indivíduo, intensifica a adesão ao tratamento, a descoberta de problemas latentes e incorpora medidas de prevenção e promoção da saúde.
Objetivos: Relatar como o método clínico centrado na pessoa complementa o método clínico centrado na doença e mostrar a sua importância na detecção das causas da rejeição ao tratamento.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo descritivo do tipo relato de experiência com uso de genograma como instrumento de avaliação de uma família por estudantes do 1º ano de Medicina da ESCS e Estratégia Saúde da Família (ESF) do Morro da Cruz, São Sebastião – DF. O método foi aplicado em duas etapas: 1. empregou-se o modelo biomédico e diagnosticou-se na paciente índice uma anemia grave causada por sangramento de uma lesão anorretal que culminou com um episódio de choque hipovolêmico, com recusa à hemotransfusão; 2. nas visitas posteriores, ao utilizar a abordagem centrada na pessoa, criou-se vínculo que levou à descoberta de crenças familiares contrárias à transfusão sanguínea como causa de sua recusa ao tratamento.
Resultados: Apesar de o modelo biomédico ter diagnosticado a doença, percebeu-se a necessidade de compreender o porquê de sua rejeição. Para isso, foi empregado o método clínico centrado na pessoa que possibilita o entendimento da subjetividade de cada indivíduo. A escuta efetiva e a atenção dispensada pela equipe de saúde valorizou-a como ser holístico. Na última visita domiciliar, a paciente índice relatou ter criado vínculo com a ESF que a fez se sentir amparada e encorajada a enfrentar a terapêutica. Além disso, a escuta revelou outros problemas que estavam ocultos na família, como a detecção de quadro depressivo em seu filho.
Conclusão ou Hipóteses: O método clínico centrado na pessoa promoveu a ampliação da clínica, a humanização do atendimento e o fortalecimento dos vínculos entre a equipe e a família. Esse método também possibilitou a corresponsabilização do tratamento entre ESF e a paciente, bem como a descoberta de doenças latentes na família.
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