Perfil de demanda espontânea em uma clínica da família recém-inaugurada
Resumo
Introdução: À falta de uma oferta de qualidade da Atenção Primária (AP) leva muitos usuários buscarem tratamento de situações agudas apenas. Porém, compreende-se que a AP é o campo que melhor deve acolher as pessoas nas suas enfermidades, com um cuidado integral e longitudinal. Assim, é importante conhecer o perfil da demanda espontânea, atentando para que não se faça uma assistência fragmentada e pontual.
Objetivos: O estudo objetiva auxiliar o desempenho das equipes de uma clínica da família recém-inaugurada, em uma região desprovida de serviços públicos de saúde, sendo que o volume de atendimento por demanda espontânea tem trazido dificuldades e desafios na implantação da unidade e no seu processo de trabalho.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Foi feito uma planilha com os seguintes itens: hora do atendimento, sexo, idade, motivo da procura, equipe correspondente, possui ou não cadastro, já foi atendido anteriormente (por demanda espontânea ou programada?), se está em acompanhamento regular, se faltou à última consulta. A partir dessa planilha foram coletados dados de uma amostra de 118 pacientes atendidos por demanda espontânea no período entre março e maio de 2012. Os dados coletados foram digitalizados e analisados através de tabelas e gráficos construídos no programa Excel 2010 e apresentados na reunião de equipe para definir um fluxo para a demanda espontânea.
Resultados: Observou-se que os atendimentos tendem a aumentar pouco antes do horário do almoço e no meio da tarde, que as três equipes com maior vulnerabilidade representam 86,4% dos atendimentos, enquanto que as duas restantes, menos vulneráveis, 11%. O principal motivo de procura é febre (25%), seguindo-se por sintomas respiratórios (tosse: 9%, resfriado: 8%). Um percentual importante, (23,2%) dos que procuram atendimento, ainda não possuía cadastro. A maioria destes usuários são mulheres (63%), na faixa etária de 40 a 60 anos (25,4%). 50,8% da amostra estavam no seu primeiro atendimento e 72,9% estavam sem acompanhamento.
Conclusão ou Hipóteses: Estes dados convergem com as características de uma clínica da família implantada recentemente em uma região de carências em diversas esferas, por muitos anos não supridos no subúrbio do Rio de Janeiro. Dessa forma, é necessária uma organização cooperada entre as equipes e uma visão estratégica para a construção de um cuidado longitudinal e de uma abordagem comunitária eficaz.
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