VER-SUS-Bologna, desafio internacional, transdisciplinar e participativo construído entre Itália e Brasil
Resumo
Introdução: No contexto da crise econômica europeia utiliza-se a retórica da falta de recursos para desmontar o welfare-state, aumentando as desigualdades sociais e em saúde. Como estratégia de defesa do Direito Humano Fundamental (DHF) à saúde surge o redirecionamento da educação profissional formando atores críticos, proativos, aptos ao trabalho em equipe multidisciplinar, éticos e com visão global-local.
Objetivos: Objetiva-se resgatar, no espaço das práticas acadêmicas, a saúde como direito da comunidade e abordar o ensino da medicina como fator de promoção da saúde através do desenvolvimento do projeto "VER-SUS-Bologna" (VSB), pelo CSI em parceria com universidades brasileiras e o Sistema Regional de Saúde.
Metodologia ou Descrição da Experiência: O VSB inspira-se fortemente no modelo brasileiro, e pretende ser uma ferramenta de transformação. Baseia-se na metodologia de vivência, e prevê um intenso período de observação participante de equipes multidisciplinares de alunos nas comunidades e dentro dos serviços locais de saúde, seguido por atividades de reflexão teórica participativa. O projeto é uma colaboração entre o CSI, parceiros brasileiros e alunos da Universidade de Bologna e usa uma metodologia de pesquisa/ação multisituada participativa, promovendo o ativismo como campo de ação política e de transformação. A abordagem teórica utilizada é a da Saúde Global, da trans-disciplinaridade e das declarações dos DHF e de Alma Ata.
Resultados: Ao final da primeira fase do projeto (agosto 2012) formou-se uma equipe multidisciplinar italiana, um grupo de trabalho ítalo-brasileiro em parceria com o grupo da Saúde Coletiva da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e uma plataforma informatizada para pesquisa e formação em saúde. Graças ao financiamento do Ministério da Saúde do Brasil duas delegações italianas têm participado nas edições do VER-SUS-Brasil 2012-2013. Esta fase permitiu o fortalecimento da rede e obteve feedback positivo dos alunos, profissionais e usuários. Atualmente a equipe multidisciplinar esta implementando o projeto no território de Bologna, com o apoio dos membros da equipe brasileira.
Conclusão ou Hipóteses: Investir na formação em saúde parece ser uma boa prática de redirecionamento dos serviços para as necessidades da população. A vivência desperta o interesse dos estudantes, estimulando olhar crítico e sentido de pertencimento ao Sistema de Saúde. Através desta abordagem eles percebem os elos entre comunidade e outros profissionais como parte essencial e ainda não desenvolvida da própria formação.
Palavras-chave
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