Surto de dermatite pruriginosa e atuação da equipe de Medicina de Família e Comunidade (MFC)

Resumo

Introdução: Os acidentes desencadeados pelas formas adultas de mariposas do gênero Hylesia não são comuns, e pouco relatados na literatura. Esses lepidópteros podem provocar surtos epidêmicos de dermatite pruriginosa especialmente em áreas rurais nos meses quentes e chuvosos quando circulam e se debatem sob focos de luz. Ao se debaterem liberam no ambiente as espículas, que atingindo a superfície cutânea provocam quadros de dermatite. No Brasil os casos têm sido relatados no estado de Minas, São Paulo e Paraná. Nos últimos anos, as equipes de saúde da família integradas nas atividades da vigilância em saúde, contribuem significativamente nas investigações e desencadeamento de ações de agravos à saúde.

Objetivo: Descrever um surto de dermatite pruriginosa em crianças de uma escola urbana no interior do Paraná investigado pela equipe de saúde da família.

Relato de Experiência: No dia 01 de dezembro de 2011 a equipe de saúde da família de um município de pequeno porte localizado no estado do Paraná, foi informada por professores de uma creche municipal, da ocorrência de uma reação cutânea em cinco crianças com idades de 2 a 4 anos. As erupções foram descritas como pápulo-pruriginosas e localizadas em áreas expostas do corpo. Não vinham acompanhadas de outra sintomatologia. A duração média das lesões foi de cinco dias. Na ocasião o médico prescreveu antihistamínico sistêmico e corticóide tópico. Foi notificado o evento ao serviço de vigilância epidemiológica que juntamente com a equipe fez a investigação do surto. Durante visita ao estabelecimento foram entrevistados os professores, funcionários e alguns familiares. Na escola em uma sala de aula foram encontradas mariposas e um exemplar foi encaminhado para o setor de zoonoses da Secretaria do estado da saúde para identificação da espécie. O laudo confirmou Hylesia sp. A equipe de saúde da família fez as recomendações pertinentes para evitar o surgimento de outros casos na escola e orientou a população.

Conclusão: A integração da comunidade com a equipe de saúde e esta inserida no contexto da vigilância epidemiológica, resultou na notificação, identificação e desencadeamento de ações de um agravo subnotificado e pouco conhecido pelos profissionais de saúde.