Saúde mental na atenção primária de saúde: da medicalização à assistência integral
Resumo
Introdução: Quando a assistência à saúde mental está integrada à Atenção Primária em Saúde (APS), o acesso é aprimorado, possibilitando melhores condições de diagnóstico e tratamento. Porém, para ser totalmente efetiva e eficiente, a abordagem da saúde mental na APS deve ser complementada por outros níveis de cuidado e com sistema de referência e contra-referência exitoso, de modo a oferecer suporte adequado ao usuário.
Objetivos: Este estudo teve como objetivo identificar as estratégias de atuação das equipes de saúde da família frente aos transtornos de saúde mental, em relação ao combate ao elevado consumo de psicotrópicos.
Metodologia: Foi realizada uma revisão integrativa nas bases eletrônicas de dados PUBMED, LILACS e SCIELO utilizando os descritores “Mental Health” AND “Primary Health Care”, sendo incluídos os artigos nas línguas inglesa, espanhola e portuguesa, disponibilizados de forma completa e gratuita. No primeiro levantamento com os descritores indicados, foram encontrados 2.723 artigos na base PUBMED, 159 artigos na base SCIELO e 371 artigos na base LILACS. Foram considerados para análise crítica, 13 artigos da base PUBMED, 11 artigos da base SCIELO e 5 artigos da base LILACS, não sendo computados a esses números os artigos encontrados repetidamente em mais de uma base, somando, então, um total de 29 estudos.
Resultados: Os estudos analisados demonstram um crescente uso de psicotrópicos não só no Brasil como em diversos outros países da América Latina, Europa e Estados Unidos. Essas pesquisas sugerem que a abordagem multiprofissional convencional poderia despertar curiosidade da população com relação ao tema, induzindo em princípio a uma avaliação das condições da qualidade de vida. Evidenciou-se o fornecimento de informações acerca do tratamento aos pacientes, como vantagens do medicamento, efeitos colaterais e a programação sobre o uso da droga, como um fator importante para prevenção de uso abusivo dos psicotrópicos. Mudanças dos hábitos de vida demonstram benefícios importantes no combate a alguns transtornos mentais, demonstrando a importância de dietas mais ricas em frutas e verduras, e da prática de exercícios físicos regulares.
Conclusões: Percebe-se a desmistificação da medicalização como alternativa para transposição do problema, sendo um importante eixo de atuação dos profissionais para qualificação da assistência. Desta forma, é indicado para pesquisas futuras a investigação de técnicas promotoras desse novo pensamento terapêutico, a começar entre os próprios profissionais e gestores de saúde para que estes possam atuar de forma coerente com os pressupostos da Estratégia de Saúde da Família.
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