Quedas em idosos frequentadores de uma unidade básica de saúde
Resumo
Introdução: O aumento da proporção de idosos na população traz à tona a discussão sobre eventos incapacitantes nessa faixa etária, como as quedas. Alguns autores referem-se à queda como uma síndrome geriátrica por ser um evento multifatorial e heterogêneo. As quedas em idosos têm como conseqüências, além de possíveis fraturas e risco de morte, o medo, restrição de atividades, declínio na saúde e aumento do risco da institucionalização. Geram prejuízos físicos e psicológicos, além de aumento dos custos com saúde expressos pela utilização de vários serviços especializados, e principalmente pelo aumento das hospitalizações.
Objetivo: Identificar a ocorrência de quedas na população com idade >= 60 anos, freqüentadores de uma unidade básica de saúde (UBS) do município de Maringá-PR.
Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal, que tem como população alvo indivíduos com idade >= 60 anos, que freqüentaram a UBS-Mandacaru no período de 08 de novembro a 08 de dezembro de 2010. O instrumento utilizado para estudo foi um questionário aplicado voluntariamente com perguntas que indagavam quedas ocorridas, conseqüências e fatores extrínsecos implicados na última queda. Dois acadêmicos de medicina realizaram a entrevista durante o período do internato em saúde coletiva.
Resultados: Foram entrevistadas 44 pessoas; nove homens (20,5%) e 35 mulheres (79,5%). Queda ao menos uma vez na vida foi relatada por 36 entrevistados (81,8%) e a média da idade dos pacientes na última queda foi de 67,5 anos. As últimas quedas predominaram, respectivamente: domicílio (n=18; 50%), calçadas (n=9; 25%), rua (n=7; 19,5%) e outros locais (n=2; 5,5%). Os calçados utilizados no momento da queda foram respectivamente os chinelos (n=23; 64%), calçados fechados (n=8; 22,2%), sandálias (n=4; 11%) e sem calçados (n=1; 2,8%). Mais da metade dos entrevistados estavam sozinhos no momento da queda (n=23; 64%) e estas ocorreram no período da manhã (n=19; 52,8%), seguidos da tarde (n=13; 36,1%) e noite (n=4; 11,1%). Em relação ao ambiente da queda, 20 entrevistados (55%) afirmaram que o piso tinha aspecto normal, 11 escorregadio (30,5%) e cinco com buracos (14%). Referiram prejuízo na deambulação após a queda sete entrevistados (19,5%).
Conclusão: No presente estudo as quedas foram mais freqüentes nas mulheres que estavam sozinhas no momento, que tinham os chinelos como calçados, encontravam-se no domicílio, ocorridas especialmente pela manhã e em locais com pisos de aspecto normal. Educação, visitas domiciliares, adequação dos domicílios, reforço no auto-cuidado, conscientização dos familiares e cuidadores são essenciais para a prevenção.Palavras-chave
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