Perfil das internações provenientes da Estratégia Saúde da Família para um hospital geral
Resumo
Introdução: A atenção básica, que corresponde ao primeiro nível de atenção à saúde, deve prestar um atendimento que segue uma cadeia progressiva. Assim, quando não há resolução, deve-se proceder ao encaminhamento dos seus usuários para a atenção secundária e terciária.
Objetivo: Traçar o perfil das internações, oriundas da Estratégia de Saúde da Família (ESF) Irmã Thereza Uber, no município de Água Doce, no meio-oeste de Santa Catarina. Metodologia: Trata-se de um estudo transversal e retrospectivo, baseado na análise de prontuários de internação hospitalar. Foram avaliados os pacientes atendidos no ESF no período de janeiro de 2011 a janeiro de 2012, e que foram encaminhados para a internação no Hospital Nossa Senhora da Paz, situado também no município de Água Doce.
Resultados: Neste período, foram atendidos 7797 pacientes. Destes 1,52% (n=119), foram encaminhados para internação. As doenças do aparelho respiratório corresponderam a 29,4% (n=35), seguidas pelas patologias do trato gastrointestinal, (n=20; 16,8%), psiquiátricas (n=16; 13,4%) e, cardiovasculares (n=10; 8,4%). As infecções de vias aéreas superiores foram a principal causa de internação (37,1%), sendo mais freqüente em mulheres (72%). A descompensação da DPOC foi a segunda causa (28,5%), mas que no entanto resultou em maior período de permanência hospitalar (3,85 dias), acometendo em sua maioria pacientes do sexo masculino (90%). As gastroenterites infecciosas apresentaram maior freqüência no período compreendido entre primavera e verão (n=8). A utilização de antibióticos foi necessária em menor quantidade de pacientes (36,3%), no entanto, esteve implicada a uma maior permanência hospitalar (média 3,25 dias). Nas doenças psiquiátricas (n=16), a depressão foi responsável por 81,25% das internações, acometendo em sua maioria mulheres (83,3%), cuja média de idade era 34,1 anos. Ainda, o alcoolismo crônico, cuja totalidade de pacientes era do sexo masculino (n=4), resultou em 18,75% dos internamentos, com média de 3,6 dias. As crises hipertensivas foram responsáveis por 60% dos internamentos por doença cardiovascular, acometendo pacientes do sexo feminino em 100% dos casos. Os 40% restantes deveram-se à descompensação da insuficiência cardíaca, que resultou em maior tempo de internação (3,75 dias), sendo este proporcional ao número de comorbidades.
Conclusões: Trata-se de um estudo pioneiro, de grande importância, uma vez que, a partir da análise dos seus resultados podem ser inferidas medidas para prevenção das doenças de maior prevalência, bem como para aquelas de maior gravidade, que objetivam reduzir o número de internações e melhorar a qualidade de vida dos usuários do Sistema Único de Saúde do nosso município.
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