Atividade de grupo como acesso ao planejamento familiar

Reno Ortega Viero, Priscilla Cibele Tramontina, Maria de Fatima Mota Zampieri, Ana Paula Machado do Nascimento

Resumo


Introdução: O planejamento familiar possibilita regular a fecundidade e decidir livre e responsavelmente em ter ou não ter filhos, quando tê-los, ter acesso á informação, educação e serviços de planejamento familiar, exercer a sexualidade plena e realizar tratamento de infertilidade (ZAMPIERI, NASCIMENTO, 2011). A OMS tem publicado experiências que aumentam o acesso aos serviços de planejamento familiar e melhoram a qualidade da atenção. Destaca-se a mudança de paradigma onde o método anticoncepcional pode ser provido por profissionais não médicos e não necessariamente vinculado a consulta médica (NDOLA PRATA, 2011). Na Unidade Local de Saúde (ULS) Monte Cristo em Florianópolis uma atividade de grupo é a principal forma de prover aos usuários as ações de planejamento familiar.

Método: Este relato baseia-se na síntese do que foi observado no grupo e no seu livro de presença. O grupo iniciou em 2007, é aberto à população adscrita, mensal, sendo coordenado por médico e enfermeira. Conta com a participação de agentes comunitários de saúde (ACS) e acadêmicos da UFSC. Tem duração de 90 minutos, ocorrendo no auditório da ULS. É divulgado por meio de cartazes na ULS, nos atendimentos e na comunidade pelos ACS. A primeira parte da atividade consiste na sintética orientação sobre a fisiologia reprodutiva e detalhada apresentação dos métodos contraceptivos. Orientam-se métodos naturais e baseados no conhecimento da fertilidade e o uso correto dos preservativos. Orienta-se utilização, indicação e contra-indicações dos hormonais. O diafragma e DIU são apresentados como alternativas na contra-indicação. Dos métodos que necessitam encaminhamento explicam-se o DIU, a laqueadura e a vasectomia. Os participantes são estimulados a perguntar suas dúvidas e abre-se espaço para a discussão. O segundo momento é destinado para os participantes solicitarem o método de escolha e a receita ou o encaminhamento.

Resultados: Observou-se que os usuários trazem perguntas sobre contracepção. A maioria comparece no horário combinado e muitos levam seus filhos. A freqüência aos encontros no ano de 2010 totalizou 393 participantes. Destes, 386 eram mulheres em idade fértil.

Conclusão: A atividade funciona como porta de entrada aos usuários que buscam acesso aos métodos anticoncepcionais na ULS. A experiência tem sido satisfatória e gerou a impressão da diminuição da demanda por anticoncepção no acolhimento e nas consultas. Com a receita de validade anual garantimos a oferta do anticoncepcional, mesmo sem consultas regulares. Conclui-se a importância de mantermos o grupo como estratégia de acesso ao planejamento familiar na comunidade.


Palavras-chave


Planejamento Familiar; Grupo; Acesso

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