Análises de parâmetros de controle glicêmico no programa hiperdia de uma Unidade de Saúde da Família

Resumo

Introdução: Hipertensão e Diabetes são acometimentos extremamente frequentes na população geral. As mudanças dos estilos de vida como adoção de dietas saudável, programação de exercícios físicos regulares, interesse sobre o conhecimento de suas doença e a repercussão no seu cotidiano são importantes para a aderência ao tratamento. Também é importante o seguimento desses pacientes e a avaliação de seus parâmetros de controle como glicemia de jejum e hemoglobina glicada para otimizar seu tratamento.

Objetivo: Analisar parâmetros de controle glicêmico dos pacientes do Programa Hiperdia da Unidade de Saúde da Família Guaraituba de Colombo-PR.

Casuística e Método: Realizou-se análise transversal retrospectiva via preenchimento de formulário de pacientes cadastrados no programa HiperDia de uma Microárea da Unidade de Saúde Guaraituba e que participaram de pelo menos uma das últimas três reuniões do Programa de maio a agosto de 2011. Os parâmetros analisados foram escolhidos por acadêmicos de Medicina do 5º ano da Universidade Federal do Paraná, preceptores de Internato Obrigatório de Saúde Coletiva, médicos, residentes, enfermeiros, técnicos de enfermagem e autoridade sanitária. Estes são: estratificação do risco de Diabetes Mellitus, ultima glicemia e tempo em meses da ultima glicemia, ultima hemoglobina glicada e tempo da ultima hemoglobina glicada.

Resultados: Dos 114 pacientes avaliado 2 (1,54%) eram exclusivamente diabéticos e 34 (26,25%) hipertensos e diabéticos. Dos casos analisados, 105 realizaram glicemia de jejum nos últimos 5 anos, estando registrado o valor em 91 prontuários. A mediana dos valores glicemicos foi de 107,67mg/dl. Valores maiores que 110mg/dl foram encontrados em 24 pacientes. O intervalo médio de tempo em meses da última glicemia foi de 3 a 6 meses. Do total de pacientes avaliados, há anotações de exames de hemoglobina glicada em 37 prontuários, destes, 13 foram solicitados nos últimos 3 meses, e 11 há mais de 1 ano. A mediana da hemoglobina glicada foi 7,35%, havendo 24 exames com valores superiores a 6,5%.

Conclusões: A avaliação do risco para DM II não foi encontrada em 66% dos prontuários, o que dificultou a analise desta variável. Outros dados eram pobremente preenchidos como fatores de risco, anotações de glicemia, hemoglobina glicada, gerando uma grande tendência a subestimar os resultados e/ou mascarar superestimando as ações em saúde. Com os dados obtidos pudemos inferir que a solicitação de exames muitas vezes não cumpre o recomendado pelas diretrizes e que os parâmetros analisados em sua maioria não atingiram as metas recomendadas.