Amamentação em crianças menores de um ano em uma Unidade de Estratégia Saúde da Família
Resumo
Introdução: O aleitamento materno exclusivo é considerado pela OMS a forma nutricional ideal nos primeiros seis meses de vida. Entretanto, vários fatores podem influenciar em sua adoção e manutenção, exigindo a elaboração de estratégias que assegurem tal cuidado.
Metodologia: Estudo transversal e retrospectivo, realizado através da verificação dos prontuários de crianças menores de um ano acompanhadas neste serviço de saúde. Foram incluídas crianças que estavam em atendimento nos meses de dezembro de 2011 e janeiro de 2012, sendo excluídas aquelas que não dispunham em prontuário da totalidade de dados avaliados.
Objetivo: Avaliar o perfil da amamentação e os fatores associados ao desmame em crianças menores de um ano em uma unidade da ESF no programa Prá- Nenê da prefeitura de Porto Alegre.
Resultados: Vinte e nove crianças estavam em acompanhamento no período de estudo; destas, 4 foram excluídas. Das 25 restantes, 40% mantinham aleitamento materno exclusivo ou o fizeram até o sexto mês, 8% tiveram o aleitamento materno contraindicado e 52% desmamaram precocemente seus filhos. O desmame antes dos 4 meses de vida ocorreu em 42% das crianças. O retorno materno ao trabalho foi a principal causa de desmame precoce (46%). Dentre o perfil materno associado à manutenção do aleitamento materno exclusivo preconizado, destacamos a escolaridade, a renda e o número de filhos. Cinquenta e quatro por cento das mães que apresentavam 1º grau incompleto (N11), 71% das mães com renda per capita <1 salário mínimo (N7) e 16,6% das mães que possuíam mais de 3 filhos (N6) mantiveram AME. A maioria (80%) das mães adolescentes também mantiveram AME conforme preconizado. Mães de crianças que mantiveram atendimentos mensais regulares (48%) demonstraram maior tendência em manter o AME (57%) comparadas às que compareceram a menos que uma consulta por mês (27%).
Conclusões: A manutenção do AME nos primeiros meses de vida continua sendo um desafio na atenção primária à saúde. Características relacionadas às condições de vida materna que poderiam ser vistas como de risco para o cuidado infantil podem facilitar o AME. Supondo-se que a permanência materna ao lado do bebê por mais tempo, mesmo que por tais condições, assegurariam tal benefício.
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