Síndrome metabólica em pacientes hipertensos e diabéticos na Atenção Primária

Denis Conci Braga, Silvia Monica Bortolini, Camila Kleber Stroher, Thays Byczkovski, Gabriele Barazetti

Resumo


Introdução: A síndrome metabólica (SM) caracteriza-se pela associação, num mesmo indivíduo, de dislipidemia, diabetes mellitus do tipo 2 ou intolerância à glicose, hipertensão arterial e excesso de peso ou obesidade. A SM é a mais comum doença metabólica da atualidade, é vista como uma epidemia mundial associada a uma alta morbimortalidade cardiovascular e elevado custo socioeconômico.

Objetivos: Identificar a presença de SM em pacientes hipertensos e diabéticos em um município do meio-oeste de Santa Catarina. Verificar a prevalência da síndrome conforme idade e sexo. Identificar os critérios isolados mais frequentes que levam à SM.

Metodologia ou descrição da experiência: Trata-se de um estudo transversal, retrospectivo, de base populacional, realizado no município de Água Doce, na Estratégia Saúde da Família (ESF) Irmã Thereza Uber, que abrange 100% do território e cuja população é de 4095 habitantes. O período compreendido para análise dos dados foi de janeiro de 2013 a outubro de 2013. Foram considerados válidos os pacientes que participaram de encontros do grupo HIPERDIA e que tiveram, pelo menos uma solicitação de colesterol sérico, HDL, triglicerídeos e glicose de jejum. Ainda, foi verificada a circunferência abdominal mais próxima da data em que foi realizado o exame laboratorial. Os dados anotados foram analisados no programa Epi Info, versão 7.0.9.7.

Resultados: Foram avaliados 164 pacientes. Observou-se a presença de SM em 59,15% (n= 97), sendo 29,9% do sexo masculino (n= 29) e 70,1% (n= 68), do sexo feminino. A média de idade foi 65,2 anos. Três critérios foram preenchidos em 53,61% (n= 52); em 30,93% (n= 30) 4 critérios e; em 15,46% (n= 15) 5 critérios. O aumento da circunferência abdominal foi visto em 116 casos e destes, 84 tinham SM (72,41%). Alteração na glicose de jejum foi observada em 63 pacientes. Neste grupo, 84,13% (n= 53) tinha a síndrome. Alteração no HDL foi constatada em 42,68% (n= 70), e o diagnóstico de SM foi feito em 64 indivíduos (91,43%). A hipertrigliceridemia foi vista em 33,54% (n= 55) dos quais 96,36% (n= 53) tinha SM.

Conclusões ou hipóteses: Para a prevenção da SM, é necessária uma equipe multidisciplinar, pois ela envolve mudanças em vários fatores de risco, presentes no estilo de vida. Este estudo verifica que mulheres são mais propensas ao desenvolvimento da síndrome e a hipertrigliceridemia está fortemente associada à sua ocorrência. Assim, o planejamento de ações com tais grupos diminuiria os riscos causados por esta doença.

 


Palavras-chave


Síndrome Metabólica; Hipertensão; Atenção Primária à Saúde

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