Conhecimentos dos agentes comunitários de saúde sobre crack e outras drogas
Resumo
Introdução: O uso de substâncias psicoativas têm se evidenciado como um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, gerando custos imensuráveis. A Estratégia Saúde da Família (ESF) tendo o agente comunitário de saúde (ACS) como mediador entre o serviço e a comunidade pode oferecer uma abordagem mais integral e longitudinal a esse problema.
Objetivos: Identificar os conhecimentos dos ACS sobre crack e outras drogas atuantes no município de Passo Fundo/Rio Grande do Sul, e descrever o seu perfil sóciodemográfico e de saúde
Metodologia ou descrição da experiência: Estudo descritivo, desenvolvido no período de maio a dezembro de 2012, realizado com 78 ACS do município de Passo Fundo/Rio Grande do Sul. A pesquisa foi autorizada pela Secretaria Municipal de Saúde de Passo Fundo e aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Passo Fundo. A coleta de dados ocorreu por meio da aplicação de um questionário estruturado e auto-aplicável sobre dados demográficos dos ACS e um questionário de investigação dos conhecimentos sobre crack e outras drogas. Foi realizada estatística descritiva, teste de Tukey, correlação linear de Pearson e correlação de Spearman.
Resultados: Todas as ACS eram do sexo feminino, idade média de 41,1 ± 9,6 anos, 57,7% com ensino médio completo e 69,2% casadas. Das ACS entrevistadas, 11,5% eram tabagistas, 93,6% negaram dependência ao álcool, 98,7% tinham dependentes químicos em sua área de abrangência e 59% admitiram ter familiares com problemas relacionados ao uso de drogas. Em relação à saúde das ACS, 29,5% obtiveram SRQ com pontuação elevada, sugerindo possibilidade de transtornos mentais comuns e 51,3% afirmaram ser portadoras de doenças crônicas. A prova de conhecimentos prévios sobre crack e outras drogas obteve 34,5% de média de acertos, sendo o maior número de respostas corretas entre ACS com maior escolaridade (P=0,006).
Conclusões ou hipóteses: O baixo número de acertos em teste de conhecimento evidencia uma necessidade urgente de reforçar a formação das ACS em relação ao crack e outras drogas. O perfil específico dessas profissionais, com ocorrência significativa de problemas psiquiátricos e doenças crônicas, suscita a necessidade de maior atenção à sua saúde, bem como novas pesquisas na área.
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