Pet-Saúde: contribuições da educação em saúde nos grupos hiperdia

Grazielle Cezarine Montes, Maria Isabel Borges Moreira Saúde, Magali de Fátima Oliveira Coelho, D’Angelo de Oliveira Silva, Alessandra Maciel Martins e Martins

Resumo


Introdução: Este trabalho insere-se nas atividades realizadas pela pesquisadora no Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde, PET- Saúde, no qual estudantes da área da saúde são inseridos em grupos de aprendizagem tutorial na Estratégia Saúde da Família (ESF). Na ESF, a educação em saúde é ferramenta potente para intervenção no processo saúde-doença das populações para enfrentamento de problemas prioritários, tais como hipertensão arterial e diabetes. Estas atividades são realizadas em grupos conhecidos como Hiperdia.

Objetivo: caracterizar as ações educativas desenvolvidas nos grupos Hiperdia por equipes de Saúde da Família (SF) em município do interior de Minas Gerais, e descrever a percepção dos médicos das equipes de SF sobre seu impacto na saúde dos participantes.

Metodologia: foi encaminhado questionário semi-estruturado aos médicos das equipes de SF. Os dados foram analisados considerando sua frequência.

Resultados: responderam ao questionário 22 médicos (48,9% do total de médicos da ESF do município), com idade que variou de 25 a 65 anos; a maioria graduada em medicina pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, atual UFTM (n=17 ou 77,3%), com conclusão de graduação de 1973 a 2010. Do total, 45,4% realizaram pós-graduação em Saúde da Família (n=10), sendo que 60% destes na UFTM (n=6). Todos relataram que em suas equipes existem 1 a 2 encontros semanais de grupos Hiperdia, com participação de todos os profissionais e estagiários das equipes. A maioria dos respondentes considerou alto o grau de importância dos grupos para a saúde das pessoas atendidas (n=21 ou 95,4%). Os temas, relacionados aos agravos prioritários para ESF, são definidos pelos profissionais (n=17 ou 77,3%). As atividades são planejadas com participação da comunidade em 18,8% das equipes (n=4). 36,3% dos respondentes referiram que os usuários compreendem os temas abordados (n=8) e 40,9% que os mesmos modificaram hábitos e comportamentos (n=9). 54,5% relataram que, durante sua formação, não tiveram aprendizado sobre educação em saúde (n=12). Foram descritas dificuldades relacionadas à infra-estrutura para a realização de grupos Hiperdia por 72,7% (n=16).

Conclusões: Este estudo apontou a necessidade de formação destes profissionais para desenvolvimento desta atividade em suas equipes, e de maior apoio da gestão municipal no que se refere à adequação da infra-estrutura das unidades. Propiciou aprofundamento de consciência critica da pesquisadora em relação às atividades educativas, e identificou a demanda pela realização de estudos para confrontar estes resultados com indicadores de saúde relacionados à morbimortalidade deste grupo de pessoas.


Palavras-chave


Saúde da Família; Atenção Primária à Saúde; Educação em Saúde

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