Estresse psicológico em uma área do programa de saúde da família

Ieda Hubner Campos, Gustavo Bertaiolli Dircksen, Juliana Bertaiolli Dircksen

Resumo


Introdução: Estudos epidemiológicos indicam que milhões de pessoas apresentam algum tipo de doença mental no mundo e que o número de casos vem crescendo, principalmente em países em desenvolvimento. Nota-se ainda que uma grande parte não possui todos os critérios para o diagnóstico de doença mental, porém apresenta elevada prevalência dos sintomas e apenas uma parte é diagnosticada e tratada, levando ao sofrimento psíquico ou estresse psicológico.

Objetivo: Conhecer a prevalência de pacientes atendidos por estresse psicológico ao longo de 1 ano na área 400 da Unidade Local de Saúde da Cachoeira do Bom Jesus, e analisar as características epidemiológicas desses pacientes e de seu tratamento.

Metodologia: Estudo transversal através da revisão de prontuários. Foram selecionados os pacientes com estresse psicológico (através Classificação Internacional das Doenças) que foram atendidos na área 400 da Unidade Local de Saúde da Cachoeira do Bom Jesus no município de Florianópolis do período de janeiro de 2011 a janeiro de 2012. Após a coleta de dados foi realizada a análise estatística considerando todos os pacientes e posteriormente somente os pacientes com sintomas psicóticos.

Resultados: A prevalência de sofrimento psíquico foi de 5,25%, destes 77,98% eram do sexo feminino e 22,02% do sexo masculino. A depressão foi o distúrbio mais prevalente (72,02%) e a faixa etária mais acometida foi dos 26 aos 65 anos (77,98%). O medicamento mais utilizado no tratamento foi a fluoxetina (40,74%). Dos 168 pacientes 7,74% tinham história de tentativa de suicídio e 12,50% tinham história de plano ou ideação suicida. Do total de 168 pacientes, 32,14% consultaram com o psiquiatra e 23,21% com a psicóloga. De 168 pacientes, 35 tinham sintomas psicóticos, entre estes o principal diagnóstico foi de depressão grave com sintomas psicóticos (40%), 60% eram do sexo feminino e a faixa etária de 26 a 65 anos correspondeu a 82,86%. Os medicamentos mais utilizados foram a Fluoxetina e a Clorpromazina ambos com 20,78% dos casos. Dentre os psicóticos 17,14% tinham história de tentativa de suicídio e 42,86% de plano ou ideação suicida; e 82,86% consultaram com o psiquiatra e 34,29% com a psicóloga.

Conclusão: A prevalência de estresse psicológico encontrada mostrou-se abaixo da média das populações ocidentais. Já as prevalências de transtornos psicóticos, ideação suicida e tentativa de suicídio correspondem às encontradas na literatura.


Palavras-chave


Estresse Psicológico; Prevalência; Características da População

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