Hábitos e perfil clínico dos homens em uma Unidade Básica de Saúde
Resumo
Introdução: Os homens têm hábitos de vida menos saudáveis, são mais vulneráveis a enfermidades crônicas e graves, ao mesmo tempo em que apresentam resistência em frequentar a atenção primária.
Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar as condições de saúde dos homens atendidos na Unidade de Saúde da Família (USF) Lauro Dantas Hora.
Metodologia: Medidas de peso e altura foram realizadas simultaneamente à aplicação de um questionário em homens que compareceram à USF durante o período de junho a setembro de 2011.
Resultados: Foram entrevistados 100 homens com idade de 19 a 65 anos (média de 41,51 anos), sendo a metade deles casados e 92%, alfabetizados. A presença de uma queixa clínica foi o fator motivador de ida à USF em metade dos usuários, 36% deles compareceram em função de consultas programadas e 14% foram realizar outros procedimentos de saúde na unidade. Dos 100 entrevistados, 17 negaram qualquer consulta médica em USF no ano de 2010 e 29 afirmaram necessidade de atendimento médico emergencial no último ano. Hipertensão e diabetes foram as morbidades mais frequentes, relatadas por 31% e 15% dos homens, respectivamente. Obesidade (IMC >30kg/m²) foi diagnosticada em 16% dos pacientes.Quanto aos hábitos de vida, 55% dos pacientes eram sedentários, 11% eram tabagistas e 48% fazia uso de bebida alcoólica, dentre os quais, 43,7% (21/48) o fazia socialmente, 52,1% (25 /48), nos fins de semana e 4,2% (2/48), diariamente. Um total de 35 homens já sofreram algum tipo de acidente na vida, sendo que os acidentes de trânsito foram os mais frequentes e ocorreram em 23% dos entrevistados. Dentre os que sofreram acidente, 22,8% (N=8) afirmaram ingestão de bebida alcoólica prévia ao acontecimento. O uso de preservativos nas relações sexuais foi negado por 45% dos homens. Ao serem questionados sobre o cuidado com a própria saúde, 79% dos homens responderam afirmativamente. Os 21 restantes apresentaram diferentes motivos para não cuidarem de sua saúde: falta de tempo (33%), falta de interesse (33%), dificuldade para comparecer nas consultas médicas (14%).
Conclusão: Apesar da alta frequência dos entrevistados afirmar que cuida da própria saúde, informações fornecidas pelos homens, nesse estudo, são contrárias às práticas de cuidado com a saúde. Os resultados desse estudo mostram a necessidade de instituir medidas que incentivem o autocuidado com a saúde nos homens da USF Lauro Dantas Hora. Conhecer o perfil epidemiológico desses sujeitos, atraí-los e traçar estratégias para responder as suas necessidades, criando espaços nas USF para ouvi-los, poderá diminuir sua vulnerabilidade.
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