Hábitos e perfil clínico dos homens em uma Unidade Básica de Saúde

Anne Karoline Silveira Moura, Thales Emanuel Costa Matos, Winnie Bastos da Silva, Rosane Oliveira da Silva, Silvia de Magalhães Simões

Resumo


Introdução: Os homens têm hábitos de vida menos saudáveis, são mais vulneráveis a enfermidades crônicas e graves, ao mesmo tempo em que apresentam resistência em frequentar a atenção primária.

Objetivo: O objetivo desse estudo foi avaliar as condições de saúde dos homens atendidos na Unidade de Saúde da Família (USF) Lauro Dantas Hora.

Metodologia: Medidas de peso e altura foram realizadas simultaneamente à aplicação de um questionário em homens que compareceram à USF durante o período de junho a setembro de 2011.

Resultados: Foram entrevistados 100 homens com idade de 19 a 65 anos (média de 41,51 anos), sendo a metade deles casados e 92%, alfabetizados. A presença de uma queixa clínica foi o fator motivador de ida à USF em metade dos usuários, 36% deles compareceram em função de consultas programadas e 14% foram realizar outros procedimentos de saúde na unidade. Dos 100 entrevistados, 17 negaram qualquer consulta médica em USF no ano de 2010 e 29 afirmaram necessidade de atendimento médico emergencial no último ano. Hipertensão e diabetes foram as morbidades mais frequentes, relatadas por 31% e 15% dos homens, respectivamente. Obesidade (IMC >30kg/m²) foi diagnosticada em 16% dos pacientes.Quanto aos hábitos de vida, 55% dos pacientes eram sedentários, 11% eram tabagistas e 48% fazia uso de bebida alcoólica, dentre os quais, 43,7% (21/48) o fazia socialmente, 52,1% (25 /48), nos fins de semana e 4,2% (2/48), diariamente. Um total de 35 homens já sofreram algum tipo de acidente na vida, sendo que os acidentes de trânsito foram os mais frequentes e ocorreram em 23% dos entrevistados. Dentre os que sofreram acidente, 22,8% (N=8) afirmaram ingestão de bebida alcoólica prévia ao acontecimento. O uso de preservativos nas relações sexuais foi negado por 45% dos homens. Ao serem questionados sobre o cuidado com a própria saúde, 79% dos homens responderam afirmativamente. Os 21 restantes apresentaram diferentes motivos para não cuidarem de sua saúde: falta de tempo (33%), falta de interesse (33%), dificuldade para comparecer nas consultas médicas (14%).

Conclusão: Apesar da alta frequência dos entrevistados afirmar que cuida da própria saúde, informações fornecidas pelos homens, nesse estudo, são contrárias às práticas de cuidado com a saúde. Os resultados desse estudo mostram a necessidade de instituir medidas que incentivem o autocuidado com a saúde nos homens da USF Lauro Dantas Hora. Conhecer o perfil epidemiológico desses sujeitos, atraí-los e traçar estratégias para responder as suas necessidades, criando espaços nas USF para ouvi-los, poderá diminuir sua vulnerabilidade.


Palavras-chave


Saúde; Homem; Atenção Primária à Saúde

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