Formação médica em Atenção Primária à Saúde
Resumo
Introdução: A partir da expansão do setor hospitalar no país a educação médica brasileira foi dominada pelas especialidades focais e gerais. Destaca-se até o fim da década de 1990 a necessidade da reorientar a formação de graduação para uma formação generalista, com abordagem integral do processo saúde-doença e ampliando as práticas educacionais na Atenção Primária à Saúde (APS).
Objetivos: Integrar o curso de Medicina da UFSC com serviços de APS; qualificar as práticas de ensino, cuidado, gestão e controle social, visando o fortalecimento da APS e do SUS; reorientar e efetivar a formação de graduação em medicina ampliando a prática educacional na atenção primária à saúde.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A UFSC iniciou ensino na APS com um projeto de extensão que cresceu até se tornar estágio do Internato Médico. A presença de médicos com formação em Medicina de Família e Comunidade (MFC) que assumiram a supervisão dos alunos permite que o ensino seja viabilizado hoje em 24 unidades. Do 5º ao 8º semestre os alunos vão uma tarde quinzenalmente às equipes de Saúde da Família (SF) sob supervisão médica. Do 1º ao 4ª semestre vão uma tarde quinzenal sob orientação de um professor de Saúde Pública. Os estágios do internato foram modificados em 2012 viabilizando a imersão dos alunos 36 horas semanais nas equipes de SF, por 8 semanas, no 9º e 10º semestres, através de convênio UFSC-SMS.
Resultados: A peculiaridade desta experiência está no contato progressivo e precoce dos estudantes com a realidade das equipes e do médico da APS, embora a participação nas atividades de cuidado individual comece apenas a partir do 5º semestre - antes disso a supervisão em geral não é feita por médicos e as atividades enfocam ações de saúde pública, sistemas de informação, educação em saúde etc. (o que está em revisão no momento). Após um ano desse formato de imersão os estágios na APS são os mais bem avaliados do internato pelos alunos, conforme pesquisa do Centro Acadêmico Livre de Medicina da UFSC, e avaliação docente e dos profissionais da APS corrobora a melhoria.
Conclusão ou Hipóteses: Necessita-se de um corpo docente competente em MFC na universidade para fortalecer os estágios e práticas obrigatórios na APS. Almeja-se a formação de um pool de profissionais e serviços estáveis na APS com expertise em MFC e uma estrutura universitária, sobretudo no curso de medicina que corresponda às necessidades de formação profissional para o SUS.Palavras-chave
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