O uso de casos-problema na formação de agentes comunitários de saúde (ACS)
Resumo
Introdução: O ACS constitui um trabalhador singular na história da saúde pública brasileira; sua formação e regulação profissional ainda é alvo de muitas discussões. Em 2004 o Ministério da Saúde (MS) propôs o curso de Formação do Técnico ACS em 3 etapas sequenciais, sendo a Etapa I estabelecida em 400 horas com o objetivo de desenvolver o perfil social do Técnico ACS e seu papel na equipe multiprofissional.
Objetivos: Relatar a experiência da UBS Conceição entre Março e Setembro de 2012 na realização da Etapa I do Curso de Formação de ACS, conforme convênio firmado pelo município de Diadema e Centro de Formação em Recursos Humanos para o Sistema Único de Saúde (SUS) SP de acordo com a Portaria MS n2662/08.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A equipe técnica da UBS Conceição compôs um colegiado docente que se encarregou de organizar o cronograma do curso com propostas de metodologias ativas para os encontros teóricos (concentração) e práticos (dispersão). Foram selecionados temas-chave para a elaboração de casos-problema que se aproximassem das experiências das agentes: atribuições do ACS; trabalho em equipe, mobilização social, hipertensão, diabetes, tuberculose, saúde mental, saúde sexual e reprodutiva e desenvolvimento infantil. Para cada tema foram elaborados roteiros inspirados no arco de Marquerez: 1)Observação da realidade 2)Identificação dos Problemas 3)Teorização 4)Propostas de Solução/Planejamento e 5)Execução da ação.
Resultados: A elaboração dos casos se deu a partir da família Rocha, composta por um idoso, dois adultos, um adolescente e duas crianças, habitantes da área de abrangência de uma ESF com saúde bucal e suporte do NASF numa comunidade semelhante a da UBS Conceição. Os casos-problema foram intercalados com momentos de dispersão em que situações semelhantes ao caso deveriam ser reconhecidas pelas ACS e trazidos para discussão na reunião de equipe. Os encontros com casos-problemas foram distribuídos ao longo de sete meses, permitindo que fosse explorado o conceito de mudanças na família, na comunidade e suas relações com a equipe ao longo do tempo e trabalhando instrumentos como genograma, ecomapa, etc.
Conclusão ou Hipóteses: Nas discussões, identificamos conflitos referentes à falta de uma lógica de trabalho em equipe que facilite a atuação sinérgica dos profissionais e a conduta do ACS já que o esperado pelos outros membros da ESF e comunidade nem sempre é entendido e desejado por eles. Os casos se mostraram uma forma dinâmica de debater a realidade do trabalho vivido pelas ACS em suas contradições e potencialidades.
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