Fatores de risco associados às atipias celulares do colo uterino em Tomé-açu
Resumo
Introdução: O câncer cervical apresenta altas taxas de incidência no mundo todo. Na região norte do Brasil é considerada a neoplasia de maior morbi-mortalidade, porém poucos estudos acerca dessa patologia foram realizados em cidades do interior na região. Estudos mostram que parecem existir fatores de risco que proporcionam a evolução do quadro de infecção do Papilomavírus Humano para o câncer cervical em si.
Objetivos: Descrever os aspectos epidemiológicos relacionados à ocorrência de atipias celulares precursoras do câncer do colo uterino em mulheres que fizeram o preventivo do câncer do colo uterino pelo programa de extensão realizado pela Universidade Federal do Pará no município de Tomé-Açu (PA)
Metodologia ou Descrição da Experiência: Estudo observacional retrospectivo em que foi realizada uma análise multivariada dos dados para avaliação da relação entre a ocorrência de lesões precursoras do CCU e as variáveis adotadas. Para isso foi utilizado o programa de computador BioEstat versão 5.0 utilizando o teste do qui-quadrado testar a diferença entre duas proporções e o teste da regressão logística múltipla em que a finalidade é determinar a dependência de uma variável dependente em relação às chamadas variáveis independentes
Resultados: Foi possível observar através da analise citológica que dentre as 175 amostras, 82,9% apresentavam esfregaço cervical dentro dos padrões de normalidade, 17,1% que apresentaram alguma atipía celular no colo do útero dentre as quais eram: 6,7% de AGC, 20% de ASC-US, 16,7% de ASC-H, 40% de LSIL e 16,7% de HSIL. A análise feita pelo teste do qui-quadrado não mostrou significância estatística entre os fatores de risco analisados e a ocorrência de atipias. Entretanto no teste de regressão logística múltipla constatou-se que o início precoce da vida sexual tende para uma associação (p=0,0531) com o aparecimento de lesões pré-malignas e é fator de risco para essa neoplasia nesta população
Conclusão ou Hipóteses: Vários estudos analisam fatores de risco classicamente estudados, porém é preciso levar em consideração fatores socioculturais de cada região assim como seus hábitos de vida. A expansão de programas de rastreio e prevenção do câncer cervical e da conscientização da população acerca do perigo dessa doença é fator primordial para diminuir os altos índices de mortalidade verificadas do Norte do país.
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