Comparação da avaliação de cuidadores e idoso para seu grau de dependência

Guilherme Vieira de Araujo Lima, Lara de Paula Gomes, Larissa Soares Simão, Letícia de Araújo Barrozo, Isabela Correa Vogel Koury

Resumo


Introdução: Segundo o IPEA, 0,8% dos idosos brasileiros residem em instituições de longa permanência para idosos, dos quais 30% apresentam algum grau de deficiência física ou mental, enquanto na população idosa do País como um todo são 2,7%. Para avaliá-los, um dos instrumentos mais usados é o Index de Independência nas Atividades Básicas de Vida Diária de Sidney Katz.

Objetivos: Este estudo procurou identificar o nível de independência e capacidade funcional de idosos institucionalizados segundo a auto-avaliação do idoso e a opinião dos cuidadores da instituição, para em seguida comparar e analisar as respostas.

Metodologia ou Descrição da Experiência: O estudo transversal foi realizado em uma casa de repouso da cidade de Petrópolis-RJ. Foram aleatoriamente selecionados 15 idosos, excluindo os físico ou mentalmente incapazes de responder. Todos os cuidadores (7 pessoas) também responderam o questionário, avaliando cada um dos 15 idosos. Foi aplicado o Índice de Katz, que avalia a independência no desempenho de seis funções (banho, vestir-se, ir ao banheiro, transferência, continência e alimentação). Cada item é respondido como A (independência completa), B (uso de ajuda humana) ou C (dependência completa). Os idosos responderam o questionário com uma dupla de entrevistadores, enquanto os cuidadores responderam sozinhos.

Resultados: Em 28,5% das vezes houve diferença entre a resposta do idoso e do cuidador, sendo que 42% destas referem-se a apenas dois idosos, que se disseram totalmente independentes. Nas respostas mais vezes incompatíveis, o idoso respondeu A e o cuidador B (38,6%) ou C (44,4%). O cuidador considerou o idoso mais capaz que o próprio apenas em 12,3% das respostas. 
As perguntas sobre banhar-se e vestir-se apresentaram mais divergência entre idoso e cuidador (totalizando 43% das respostas diferentes), enquanto, aquelas sobre o ato de alimentar-se, mais semelhanças. Um dos cuidadores obteve maior diferença em suas respostas, representando 23,5% do total de diferenças, contra a média de 15,3%.

Conclusão ou Hipóteses: As respostas com maior divergência entre idoso e cuidador foram referentes a atos de maior privacidade, enquanto a maior semelhança foi observada nas de menor privacidade. Preliminarmente podemos concluir que o cuidador tem maior noção quanto às necessidades do idoso que ele próprio, embora haja relevante variação entre os idosos e com um cuidador.

 


Palavras-chave


Idoso; Cuidador; Dependência

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