Educação em saúde no cuidado integral de indivíduos em situação de violências

Vera Canto Bertagnoli, Andressa Lacerda Fernandes, Marci Helena Jucá Nogueira

Resumo


Introdução: Fenômeno complexo e multicausal, a violência afeta de maneira significativa o setor saúde, gerando sequelas orgânicas e emocionais em suas vítimas. Reconhecendo seus impactos sobre a morbimortalidade de adolescentes e jovens, a Coordenação Estadual de Saúde do Adolescente e Jovem (CESAJ) da SESPA faz uso da educação em saúde para fazer frente ao caráter endêmico do tema.

Objetivos: Promover a oficina “Violência: atuando na perspectiva do cuidado integral” nos municípios paraenses, qualificando profissionais e membros da sociedade civil organizada em relação ao fortalecimento da rede de cuidado e proteção social no âmbito do fenômeno em questão.

Metodologia ou Descrição da Experiência: A metodologia utilizada foi a da aprendizagem baseada em problemas (Problem Based Learning – PBL), a qual possibilita o estudo de casos que demandam a identificação e o desenvolvimento de estratégias para solucionar problemas no campo das violências. Tal metodologia propõe-se a contribuir para a formação de profissionais autônomos, que transitam pela teoria e pela prática com desenvoltura e que, acima de tudo, buscam e utilizam, em seu processo cotidiano de tomada de decisão, informações pertinentes ao cuidado integral de indivíduos em situação de violências. Folhas de avaliação das oficinas foram analisadas quanto aos comentários, críticas e sugestões dos profissionais.

Resultados: Os comentários registrados pelos profissionais foram, em sua maioria, positivos, com ênfase nas contribuições das oficinas para a aquisição de conhecimentos na área das violências, o estabelecimento de trocas de experiência e o impacto positivo de tais fatores sobre a prática profissional dos participantes. As sugestões versaram sobre a importância da realização de futuras oficinas, as quais devem, segundo os profissionais, incluir a participação de conselheiros tutelares. As críticas especificaram aspectos gerenciados e não gerenciados pela CESAJ, quais sejam: limitações da carga horária da oficina e dificuldades para custear despesas fora dos municípios de origem, respectivamente.

Conclusão ou Hipóteses: Os participantes da oficina têm lançado novos olhares sobre as violências, identificando estratégias para aprimorar a prática profissional. Considerando que a incidência das violências demanda atuação incondicional em favor da vida e da qualidade de vida dos indivíduos, ações que fortaleçam o cuidado integral dos mesmos, assim como a intersetorialidade, são extremamente relevantes.


Palavras-chave


Educação em Saúde; Cuidado Integral; Violência

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