Intensificação de cuidados no manejo de surto psicótico na Saúde da Família

Lua Sá Dultra, Quitéria de Lourdes Lourosa, João Mazzoncini de Azevedo Marques, Diego Espinheira da Costa Bomfim, Cláudia Modena

Resumo


Introdução: A reforma sanitária traz consigo a necessidade de formulação de uma nova clínica, atrelada à realidade do paciente e sua família. A Estratégia Saúde da Família, como ferramenta que, inserida no território, possibilita a longitudinalidade e o vínculo, tem papel importante no manejo de pacientes psicóticos, junto a serviços assistenciais ou matriciais de saúde mental.

Objetivos: Fomentar a discussão sobre acompanhamento ambulatorial de pacientes em surto psicótico, a participação do agente comunitário de saúde na clínica e a necessidade de serviço de apoio matricial em saúde mental.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Paciente I. B. C., 62 anos, cuidadora em tempo integral de sua mãe (portadora de D. de Alzheimer), com diagnóstico de transtorno depressivo recorrente, abriu quadro de mania com sintomas psicóticos. Tem 7 irmãos, dos quais 3 são portadores de transtorno afetivo bipolar, além de uma sobrinha com esquizofrenia. Após opção de família e equipe de manter o seguimento ambulatorial, foi definida uma agenda de intensificação de cuidados através de visita domiciliar pela médica residente e ACS, sob supervisão da equipe de apoio matricial em saúde mental e médica de família assistente. Também, iniciado coordenação do cuidado de sua mãe, que vinha sem regularidade do seguimento especializado.

Resultados: Com visitas domiciliares frequentes e retornos em atendimento conjunto com equipe de Psiquiatria, observou-se compensação do quadro clínico, bem como envolvimento dos familiares sobre a doença e o seu tratamento, não havendo necessidade de internação, o que não tornou disfuncional a divisão de tarefas dentro da casa. A equipe de Saúde da Família reorganizou sua agenda de visita domiciliar, mostrando a importância de flexibilização na gerência do cuidado.

Conclusão ou Hipóteses: A interface da Saúde da Família e da saúde mental é tênue, com a necessidade de estruturação de serviços de apoio matricial e redes que permitam a troca entre profissionais da Atenção Primária e de serviços secundários. Os ACS são atores fundamentais em técnicas ancoradas no vínculo, como a intensificação de cuidados e o acompanhamento terapêutico, devendo ser, portanto, continuamente capacitados.


Palavras-chave


Intensificação de Cuidados; Saúde da Família; Surto Psicótico

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