Bócio endêmico no interior de minas gerais: relato de caso
Resumo
Introdução: A região de Ouro Preto em Minas Gerais foi descrita por Baeta Vianna, na década de 1930, como local de presença de grande número de pessoas com bócio endêmico, atribuído por ele à falta de iodo na alimentação. Descrevemos neste trabalho caso de bócio endêmico gigante em uma paciente dessa região que muito provavelmente trata-se de um dos últimos casos remanescentes, dos descritos por Baeta Vianna.
Objetivos: O objetivo foi relatar um caso de bócio endêmico gigante em paciente idosa, que nasceu e viveu na região rural entre Ouro Preto e Ouro Branco, em Minas Gerais.
Metodologia ou Descrição da Experiência: A elaboração do trabalho se deu através da coleta documental de dados e da observação clínica. Também pela análise de dados secundários, utilizando-se a base de dados do SciELO, através do sítio eletrônico: http://www.scielo.org
Resultados: Paciente A.S.M., feminina, 10/09/1927, lavradora aposentada. Veio à consulta médica em 2009 para tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica. Acompanhada da cuidadora que relatou bócio há mais de 50 anos. Apresentou laudo de biópsia de 2007 com resultado de bócio coloide. Também apresentou laudo de câncer pulmonar metastático diagnosticado em Tomografia Computadorizada em 1999, com conclusão de não indicação de intervenção cirúrgica. Ao exame, apresentava-se disfônica, com estridor laríngeo, hipocorada +++/4+, emagrecida, bócio de cerca de 14cm de diâmetro, lateralizado à esquerda, com sopro. Paciente evoluiu em 2010 com piora dos estridores, perda ponderal e disfagia. Veio à óbito em 2011.
Conclusão ou Hipóteses: A paciente apresentou doença crônica de evolução muito lenta. A dificuldade de acesso ao serviço de saúde, precário no interior do país no século passado, parece ter sido crucial para a evolução e o desfecho do caso. Além da deficiência de iodo na alimentação, faltou à paciente a detecção precoce para tratamento efetivo.
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