AVC e a estrutura de famílias: apontamentos aos profissionais da Atenção Básica

Zilmar Augusto de Souza Filho, Evelyne Marie Therese Mainboug, Nair Chase da Silva

Resumo


Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) se constitui em uma das principais causas de morte no Brasil. Os indivíduos que sobrevivem ao AVC podem permanecer com alguma lesão tornando-se dependentes de suas famílias. O conhecimento dos profissionais, sobre família, é superficial e as limitações incidem na prestação da assistência. Logo, entender a família é um passo para a reflexão de sua importância.

Objetivos: Investigar, no domicílio, os aspectos estruturais internos e externos das famílias que convivem com as sequelas do AVC à luz do Modelo Calgary de Avaliação da Família.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo exploratório e descritivo, com abordagem qualitativa, conduzido pelo Modelo Calgary de Avaliação da Família (MCAF). Os instrumentos utilizados foram: entrevista semi-estruturada, genograma, ecomapa e a observação direta. Os sujeitos da pesquisa foram 05 famílias que convivem com um de seus entes sequelados pelo AVC, residentes na área de abrangência de uma Unidade Básica de Saúde da cidade de Manaus. A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a fevereiro de 2012, após aprovação pelo CEP/UFAM. A avaliação estrutural consistiu em descrever a composição familiar, o vínculo afetivo e o contexto da família.

Resultados: Todos os 05 familiares sequelados pelo AVC são chefes de família, com faixa etária entre 59 e 85 anos, são formadas por mais de 05 membros em várias fases do desenvolvimento humano. O AVC afeta toda a família, mas a responsabilidade do cuidado recai sobre poucos membros ou a um único familiar. Os cuidadores são predominantemente do sexo feminino e envolvem os cuidados na assistência direta e supervisão das responsabilidades. As famílias contam com a rede social de apoio: família extensa, grupos e/ou instituições, sendo a equipe de saúde da família importantíssima para as famílias, mas observa-se que a prática desses profissionais ainda está limitada à visão biomédica.

Conclusão ou Hipóteses: As famílias estão em processos dinâmicos de adaptação após a ocorrência do AVC. Recomendamos o fortalecimento das diretrizes da Estratégia Saúde da Família no âmbito da Atenção Básica, para que as famílias sejam o foco da prestação dos serviços e que os profissionais de saúde possam reconduzir seu processo de trabalho voltado para atender as necessidades das famílias.




Palavras-chave


Acidente Vascular Cerebral; Enfermagem; Atenção Básica

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