Acadêmico de medicina e paciente com transtorno mental: relato de experiência

Luíza Jorgiana Riotinto Bezerra, Djacir Gurgel de Figueiredo Neto, Rogério Pinheiro da Costa, Tânia de Araujo Barboza

Resumo


Introdução: A Reforma Psiquiátrica veio redefinir o modelo assistencial em saúde mental. O CAPS, coordenador da rede, deve capacitar a APS para que efetive seu papel como porta de entrada desta clientela. Profissionais capazes de compreender a complexidade desses transtornos e atender esta demanda são necessários. O 7º semestre do curso de medicina da Universidade de Fortaleza propicia práticas neste contexto.

Objetivos: Descrever a experiência de estudantes de medicina inseridos na APS, nas práticas no âmbito da saúde mental. Reconhecer a importância do atendimento do paciente mental a nível primário de atenção. Compreender a integração entre CAPS E APS.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Acadêmicos de medicina da Universidade de Fortaleza, UNIFOR, na estratégia Ações Integradas em Saúde, frequentam a Atenção Primária em Saúde (APS) da Regional VI de Fortaleza, CE por 4h/semana supervisionados por um professor Médico de Família e Comunidade. No 7º semestre o foco é a Saúde Mental. No inicio sentimos dificuldade em abordar os pacientes por insegurança na realização da entrevista psiquiátrica e do exame mental e pelo receio de uma possível reação hostil. Ao longo das práticas percebemos que eles são amigáveis e cooperativos.Com a prática e a maior intimidade com o exame do estado mental, tornou-se fácil estabelecer os diagnósticos com sua condutas, o que foi gratificante.

Resultados: Aprendemos a identificar os transtornos mentais que acorrem à APS, melhor desenvolver o raciocínio diagnóstico pela correta abordagem ao paciente e compreensão do seu sofrimento e também sugerir um tratamento adequado. Esse atendimento permite que o paciente seja acompanhado na comunidade, diminuindo assim as referências desnecessárias ao CAPS e também as internações provenientes da falta de uma abordagem precoce. A relação médico paciente também foi um forte, pois o temor inicial foi substituído por uma confiança e o estabelecimento desta relação de forma adequada. Embora a complexidade do atendimento, desenvolvemos atributos necessários para o mesmo, como empatia, segurança e uma escuta ativa.

Conclusão ou Hipóteses: São essenciais ao estudante de medicina práticas voltadas para o atendimento ao paciente com transtorno mental na APS, pois essas contribuem bastante para nossa formação pessoal e acadêmica e aumentam a oportunidade de trabalharmos junto à comunidade, otimizando a compreensão da complexidade do atendimento da Atenção Primária e capacitando a nossa nova relação medico-paciente-família-comunidade.


Palavras-chave


Saúde Mental; Formação Acadêmica; Atenção Primária

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