Infecção pelo HIV-1 em usuários de drogas ilícitas no Pará, Amazônia brasileira

Otávio Nascimento dos Santos, Ana Paula de Souza Silva, Tiago Paulo Oliveira Andrade, José Alexandre Rodrigues de Lemos, Aldemir Branco de Oliveira Filho

Resumo


Introdução: A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana 1 (HIV-1) é uma pandemia. Os usuários de drogas ilícitas (UD) são expostos a diversas rotas de transmissão viral, em especial as vias parenteral e sexual. Desse modo, UD é um relevante grupo de risco à infecção pelo HIV-1. Na Amazônia, a situação epidemiológica da infecção pelo HIV em UD é desconhecida.

Objetivos: Este estudo determinou a prevalência, a distribuição de genótipos e os fatores de risco à infecção pelo HIV-1 em UD no Estado do Pará, Amazônia Brasileira.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Este estudo abordou UD atendidos em clínicas para tratamento de dependência química no Pará no período de 2009 a 2011. O diagnóstico da infecção pelo HIV-1 foi realizado por ELISA e PCR em tempo real. A genotipagem das cepas virais foi estabelecida por sequenciamento de nucleotídeos (env e pro) seguida de análise filogenética. Os dados epidemiológicos foram coletados por meio de entrevista utilizando questionário específico. Regressão logística simples e múltipla foi utilizada para identificação de fatores de risco à infecção pelo HIV-1.

Resultados: Este estudo abordou 383 UD, a maioria pertencente ao sexo masculino (88,5%) e média de idade de 33,7 (±11.4) anos. As drogas ilícitas consumidas pelos UD podem ser distribuídas em: 58,2% de maconha, 13,1% de pasta de cocaína + maconha e 28,7% de cocaína (pó, pasta e/ou pedra). A prevalência de RNA-HIV foi de 46,7% (179/383). Os subtipos B (78,2%) e F (21,8%) foram detectados. Os fatores de risco à infecção pelo HIV identificados foram: compartilhamento de parafernália de abuso, não uso de preservativo durante relação sexual, prostituição, relação sexual com outro UD e mais de 10 parceiros sexuais nos últimos 12 meses.

Conclusão ou Hipóteses: Este estudo demonstrou elevada prevalência de HIV em UD não injetáveis, cuja a transmissão ocorreu preferencialmente pela via sexual. Além disso, os subtipos B e F foram detectados nesse grupo de risco.




Palavras-chave


HIV; Pará; Epidemiologia

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