Infecção pelo HCV e uso de drogas não-injetáveis no Pará, Brasil
Resumo
Introdução: Atualmente, o compartilhamento de parafernália de uso de drogas é a principal via de difusão do vírus da hepatite C (HCV) no mundo. Estima-se que 60% dos novos casos de hepatite C estão relacionados ao uso de drogas ilícitas. Diversos estudos demonstraram que o compartilhamento de parafernália de uso de drogas é responsável pela difusão do HCV entre usuários de drogas injetáveis e não-injetáveis.
Objetivos: Este estudo determinou os fatores de risco à infecção pelo HCV em usuários de drogas não-injetáveis (UDNI) no Estado do Pará, Norte do Brasil.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Este estudo abordou somente UDNI atendidos em clínicas para tratamento de dependência química no Pará no período de 2009 a 2011. O diagnóstico da infecção pelo HCV foi realizado por ELISA e PCR em tempo real. Os dados epidemiológicos foram coletados por meio de entrevista utilizando questionário específico. Os fatores de risco à infecção pelo HCV foram determinados por regressão logística simples e múltipla seguido de estatística Hosmer-Lemeshow.
Resultados: Este estudo selecionou 300 UDNI. As drogas consumidas pelos UDNI foram agrupadas em 7 categorias: maconha (15,6%), pasta de cocaína (21,3%), maconha + pasta de cocaína (11,7%), pó cocaína (14,0%), pasta + pó cocaína (0,7%), oxi (25,7%) e crack (11,0%). A prevalência de anticorpos anti-HCV e RNA-HCV foi 35% e 28%, respectivamente. A modelagem estatística identificou os seguintes fatores de risco à infecção pelo HCV: idade superior a 35 anos, tatuagem, uso de agulha/seringa de vidro esterilizada em casa, uso compartilhado de parafernália de uso de drogas, consumo de drogas superior a 5 anos e consumo diário de drogas.
Conclusão ou Hipóteses: Este estudo revelou elevada prevalência de HCV em UDNI no Estado do Pará, sendo detectada possivelmente difusão viral relacionada à comportamentos de risco da via parentera.
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