Efeito da sazonalidade no perfil das queixas agudas na APS: estudo observacional

Resumo

Introdução: O acolhimento foi implementado no Sistema Único de Saúde (SUS) para estabelecer interação, escuta humanizada e relação de confiança dos usuários com o sistema. A demanda espontânea fornece importantes informações para o planejamento estratégico de uma Equipe de Saúde da Família. Estudos mostram que o perfil da doença nas comunidades, apesar de pequenas variações regionais, é bastante semelhante.

Objetivos: Observar se existe diferença entre os perfis das queixas encontradas, durante o acolhimento, entre os meses de abril a julho de 2012, verificadas em estudo anterior, em comparação aos meses de agosto a novembro de 2012, avaliando o efeito da sazonalidade.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo transversal. Obtiveram-se os dados de queixas agudas de pessoas atendidas por demanda espontânea, entre o dia 01 de agosto a 31 de novembro 2012, que foram comparados aos dados do período de 24 de abril a 31 de julho de 2012 no mesmo Centro de Saúde Providência, Belo Horizonte/MG. Os dados foram consolidados em planilhas no programa Microsoft Excel e posteriormente em gráficos para facilitar a interpretação dos resultados.

Resultados: Os dados demonstraram pouca diferença entre as principais queixas agudas da população durante o acolhimento à demanda espontânea, entre os períodos estudados. As dez queixas mais prevalentes no período de agosto a novembro, em ordem decrescente, foram tosse, febre, cefaleia, dor abdominal, odinofagia, lombalgia, lesão cutânea, vomito, mialgia, rinorreia. Já no período de abril a julho foram encontrados, em ordem decrescente: febre, cefaléia, tosse, dor abdominal, rinorreia, lesão cutânea, lombalgia, mialgia, dispnéia e vômito. Os dados sugerem que a sazonalidade não teve interferência significativa no perfil da doença na comunidade, no período e no local estudados.

Conclusão ou Hipóteses: Apesar da expectativa de que no inverno as queixas agudas sejam mais afetadas pela sazonalidade (p.e.: sintomas gripais), o estudo não evidenciou muitas diferenças entre os dois períodos. A análise do perfil do doença na comunidade, através do acolhimento à demanda espontânea possibilita detecção das necessidades mais comuns e um planejamento estratégico das atividades assistenciais.