Depressão pós-parto em parturientes adolescentes de Crixás do Tocantins- TO
Resumo
Introdução: A depressão pós-parto (DPP) é definida como um transtorno do humor que se inicia, normalmente, nas primeiras quatro semanas após o parto e pode ser de intensidade leve e transitória, neurótica, ou até desordem psicótica. A DPP tem prevalência de 10 a 15% em mulheres adultas e de até 26% entre as adolescentes. Sua etiologia foi relacionada a fatores hormonais, hereditários e sociais.
Objetivos: Determinar a prevalência de depressão pós-parto e os fatores de risco associados nas adolescentes parturientes de Crixás do Tocantins-TO, assistidas pela Estratégia de Saúde desse município, no período de 2007 a 2012
Metodologia ou Descrição da Experiência: Trata-se de um estudo descritivo, do tipo corte transversal, realizado com 13 parturientes adolescentes (10-19 anos) de Crixás do Tocantins-TO. Para a caracterização sócio demográfica e coleta de antecedentes pessoais e obstétricos das puérperas, foi aplicado um questionário estruturado, durante visitação domiciliar. Para rastreamento da DPP utilizou-se a escala EPDS (Edinbugh Post-Natal Depression Scale) que é um instrumento de auto registro composto por 10 enunciados, cujas opções são pontuadas (0 a 3) de acordo com a presença ou intensidade do sintoma. As entrevistadas foram consideradas do grupo de risco para desenvolver depressão, se os escores alcançados na EPDS fossem maiores que 11.
Resultados: Das 16 parturientes do município no período de 2007 a 2012, 13 foram incluídas na pesquisa por se encontrarem em suas residências para a coleta de dados. Entre estas, a idade variou de 13 a 19 anos (média (M) = 16; desvio-padrão (DP) = 1,98). A pontuação das puérperas na EPDS variou de 0 a 22 pontos, (M = 10,46; DP = 7,18). A prevalência de DPP (pontuação na EPDS superior a 11) foi de 46,15% (n = 6), com sensibilidade de 72,7% e especificidade de 95,5%. Entre os fatores associados à DPP nas adolescentes, os mais relevantes foram: predileção pelo sexo da criança, planejamento da gravidez e uso de drogas. Contudo ter sofrido violência doméstica durante a gestação foi o fator mais marcante.
Conclusão ou Hipóteses: Encontrou-se nesse estudo uma elevada prevalência de DPP (46%) acima da média nacional para DPP em adolescentes (26%), reforçando que este se trata de um problema de saúde pública, exigindo estratégias de prevenção e tratamento. Além do mais, deve-se propor acompanhamento cauteloso dessas mães adolescentes, já que é conhecida a dificuldade das puérperas acessarem os serviços de saúde mental.
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