Acesso sem integralidade não tem qualidade

Alessandra Santos dos Reis

Resumo


Introdução: Para a equipe da Estratégia de Saúde da Família o acesso com efetiva integralidade é um desafio. ACV, masculino, 80 anos, com lesão vegetante de 10 cm em úlcera venosa de membro inferior esquerdo. Intervenção da equipe iniciada em maio de 2011. Resolução em janeiro de 2012 na onco-ortopedia que confirmou a hipótese diagnóstica de Carcinoma Epidermoide. Desfecho: Amputação, radioterapia e óbito.

Objetivos: Relatar experiência vivenciada por equipe de Estratégia de Saúde da Família (ESF) por meio de caso clínico.

Elencar as variáveis que constituíram os nós críticos no acesso aos serviços de saúde, tendo como porta de entrada a ESF e como eixo de análise o princípio da integralidade.

Metodologia ou Descrição da Experiência: Utiliza-se o método de estudo de caso. A primeira etapa consiste na descrição cronológica : Da coordenação do cuidado pela equipe sob responsabilidade sanitária da pessoa descrita no caso clinico; da atuação da gestão durante todo o processo; das referências e contra-referências realizadas; da utilização do sistema de regulação; das ações interdisciplinares e das condutas clinicas efetuadas. A segunda etapa consiste na interpretação e análise dos nós críticos, tendo como base referencial a revisão sistemática em base de dados (medline, scielo, lilacs) e bibliografia referenciada tendo como descritores as palavras Estratégia de Saúde da Família; acesso e integralidade.

Resultados: Nós críticos: Rede de apoio social; Coordenação do cuidado; Tipo de equipe; Ações interdisciplinares; Sistema de regulação de vagas; Gestão das unidades de saúde; Qualidade das referências; Linhas de cuidado; Rede de serviços e ética profissional. A coordenação do cuidado de casos que requerem tecnologias de alta densidade constitui grande desafio para a equipe da ESF. A integralidade, na sua dimensão como forma de organização dos serviços de saúde, se depara com a precária estruturação da rede de serviços de saúde. Ademais, a tensão entre os profissionais de referência e os do nível primário, sobre o papel da ESF como porta de entrada do sistema compromete o acesso ao mesmo.

Conclusão ou Hipóteses: O acesso é um elemento essencial para avaliação da qualidade dos serviços de saúde. A limitação do acesso fere o princípio da integralidade em suas 3 dimensões e compromete a consolidação da ESF como estratégia de reorientação do modelo assistencial. Além de estudos teóricos sobre o tema, é necessário à educação permanente dos profissionais de toda a rede de serviços de saúde.


Palavras-chave


Estratégia de Saúde da Família; Acesso; Integralidade

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