Contribuição dos grupos balint na relação médico-paciente: um relato de experiência
Resumo
Introdução: Michael Balint, clínico geral e analista, redimensionou o encontro médico. Em seu primeiro livro, descreve os grupos de médicos generalistas que discutiam as suas experiências com pacientes, objetivando desenvolver uma psicoterapia médica e a compreensão da relação médico-paciente. A temática encontra-se em ascensão, sendo introduzida na formação e prática clínica.
Objetivos: Descrever a estruturação de grupos Balint em uma Faculdade de Medicina e relatar a contribuição destes na formação médica e sua influência na Atenção Primária à Saúde, permitindo o aprimoramento das relações interpessoais tais como médico-paciente, médico-profissionais, médico-comunidade.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Em uma faculdade de medicina, a metodologia balintiana é aplicada e estruturada no estudo teórico-prático do método. Como resultado dinâmico desse estudo são feitos grupos Balint. Nestes, os acadêmicos se dividem em dois subgrupos: o grupo da verbalização e o grupo observador. O primeiro grupo é composto de no mínimo 6 acadêmicos e é responsável pela discussão e reflexão ativa do caso clínico proposto por um dos membros, mediado pelo professor-líder. O segundo grupo é composto pelo restante dos acadêmicos, que devem executar uma escuta atenta e crítica ao caso clínico e, caso haja a permissão do professor-líder, ao término da discussão podem avaliar o desenvolvimento do primeiro grupo.
Resultados: Em nossa experiência, os grupos Balint são eficazes em ajudar médicos e estudantes a compreender o tipo de comportamento que deverão adotar para o exercício de consultas centradas no paciente e no significado destes em seu contexto cotidiano. Muitas vezes, médicos se comportam como possuidores de um conhecimento sobre o que é bom ou mau para os doentes, ignorando queixas e hipóteses do próprio paciente. O profissional médico aliando relação empática e escuta atenta pode compreender os determinantes de saúde e assim emancipar seus pacientes, que passam a adotar uma atitude responsável quanto às suas doenças.
Conclusão ou Hipóteses: O entendimento dos fatores interferentes na relação médico-paciente, como: os aspectos psicossociais do paciente e do médico, experiências anteriores do paciente com outros médicos, treinamento técnico do profissional (experiência e habilidades comunicacionais) são fundamentais para um serviço de saúde eficiente, pois permitem uma visão holística do processo saúde-doença.
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