Apoio à cessação do tabagismo na Saúde da Família – Manguinhos/RJ
Resumo
Introdução: A epidemia do tabaco é hoje um grande problema de saúde pública. O consumo do tabaco é uma grande causa de morbimortalidade no mundo e a principal causa de morte evitável. A Organização Mundial de Saúde estima que 1,2 bilhão de pessoas (entre as quais 200 milhões de mulheres), sejam fumantes. O fumo causa cerca de 6 milhões de mortes anuais, incluindo aproximadamente 600.000 fumantes passivos.
Objetivos: Relatar experiência com Grupos de Apoio à Cessação do Tabagismo, implementados por profissionais da Estratégia da Saúde da Família de Manguinhos, situada no Centro de Saúde Escola Germano Sinval Farias (CSEGSF), Fiocruz, Rio de Janeiro. O foco de observação foi nas adesões, abstinências e recaídas.
Metodologia ou Descrição da Experiência: O Grupo de Apoio à Cessação do Tabagismo iniciou suas atividades após treinamento da equipe vinculada à Estratégia Saúde da Família (ESF) pela Secretaria Municipal de Saúde, atendendo à demanda por parar de fumar advinda da população adscrita. De junho a dezembro/2012, foram realizados 4 grupos de tratamento, num total de 44 pacientes atendidos. O tratamento dos tabagistas foi realizado através da abordagem cognitivo-comportamental, apoiada por terapia medicamentosa, conforme preconizado pelo Ministério da Saúde. Para análise, foram utilizadas as planilhas de dados enviadas à Secretaria Municipal de Saúde, além dos controles de reincidência.
Resultados: Os pacientes chegaram ao tratamento por procura espontânea, indicação de amigos, familiares ou da equipe de Saúde da Família. Entre a consulta de triagem (n=65) e a primeira reunião (n=44), verificou-se um abandono de 32,20%. Dos pacientes atendidos, 75% (n=33) eram do sexo feminino e 25% (n=11) do sexo masculino. Houve adesão de 75% ao tratamento (n=33) e abstinência de 96,96% (n=32), apenas um paciente não parou de fumar. Todos os pacientes utilizaram adesivos mais gomas ou pastilhas de nicotina (100%, n=44), e 9,09% utilizaram bupropiona (n=4). Para os grupos de junho e julho/12 (n=12), até janeiro/2013 havia 75% de recaídas (n=9), com 4 retornos ao grupo para reinício de tratamento.
Conclusão ou Hipóteses: O tratamento foi realizado conforme protocolo do MS. Quanto mais distante a data de triagem do início do tratamento, maior o abandono. As mulheres buscam mais tratamento que os homens. Cerca de 5 meses após a cessação, 75% dos pacientes dos dois primeiros grupos recaiu. Esses resultados apontam para a necessidade de estratégias mais apuradas no apoio à recaída e à cessação do tabagismo feminino.
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