Abordagem teórico-analítica sobre as concepções de humanização em saúde
Resumo
Introdução: A ineficiência do modelo flexneriano se mostra quando a doença passa a ser o único foco de intervenção, deixando-se de considerar a complexidade do indivíduo doente. A humanização vem, então, para permitir uma maior interação de subjetividades e um acolhimento adequado. Assim, a perspectiva que se busca seguir no presente estudo considera a humanização como um processo de construção de autonomia.
Objetivos: Analisar as diversas concepções de Humanização em Saúde, ao longo do tempo, refletindo sobre essa prática com um processo de construção de autonomia e de interação de subjetividades, capazes de transpor dimensões sociais, históricas e culturais, em prol de um acolhimento integral.
Metodologia ou Descrição da Experiência: Neste trabalho, realizou-se uma revisão de literatura sobre as diversas concepções de humanização em saúde. Pesquisaram-se artigos completos, na Biblioteca Virtual em Saúde, através da utilização da palavra-chave “Humanização em Saúde”. Foram selecionados apenas os artigos nas línguas inglesa e portuguesa, publicados no período compreendido entre 01/01/1999 e 30/12/2009, visto que tais períodos englobam a instituição da Política Nacional de Humanização. Os artigos foram selecionados de acordo com: a sua relevância acadêmica para o desenvolvimento do trabalho; fator de impacto das revistas de origem dos artigos; e número de citações dos artigos em outras publicações.
Resultados: As práticas de humanização em Saúde possuem uma intrínseca relação com os princípios da ética e dos Direitos Humanos. As primeiras discussões sobre esse tema se iniciam em 1970. A construção de um sistema de saúde no Brasil, marcado pelos princípios de otimização e eficiência, impedem os avanços nesse campo até a década de 80. Somente no ano de 2003, a Humanização se transforma numa política. Os conceitos de Humanização em Saúde, abarcam portanto uma série de fatores históricos e sociais, que influenciam consideravelmente a sua definição. A humanização que era tida como um conjunto de medidas caritativas ganha importância e papel fundamental na atenção integral ao sujeito.
Conclusão ou Hipóteses: Os conceitos de Humanização em Saúde sofreram inúmeras alterações e continuam a serem mutáveis. Aspectos sociais e históricos influenciam amplamente a sua definição, e norteiam as suas práticas. A perspectiva caritativa que a caracterizava cede lugar a uma visão integral do sujeito, que busca incentivar a sua autonomia, durante o processo de cuidado, e valoriza as suas subjetividades.
Palavras-chave
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